Às margens das avenidas Marechal Castelo Branco e Raul Lopes, um cenário estruturado para nos oferecer mais de contato com natureza, trazendo muitas cores, aromas e encantos. Há cerca de 15 anos, esse ambiente agradável é proporcionado pelo Shopping Natureza, concebido como uma maneira de valorizar as potencialidades da nossa gente. São cerca de 60 produtores que obtém renda através dessa forma de empreender comercializando de flores, plantas e itens de jardinagem. Os espaços contam com o apoio da Prefeitura de Teresina desde sua implementação.

Essas unidades de produção contam, na maioria das vezes, com o envolvimento de membros da família no desenvolvimento das etapas do trabalho. Um dos exemplos é a família da florista Maria da Conceição Silva, que possui um ponto de vendas na avenida Marechal Castelo Branco.
 
Ela trabalha nesse setor há cerca de 20 anos, antes mesmo do surgimento do Shopping Natureza. “Antes mesmo do Shopping Natureza existir eu já trabalhava nesse ramo, vendendo plantas na Praça do Marquês com minha irmã. Ela ficou lá e eu vim para cá. A partir disso, tudo melhorou, porque toda a nossa família começou a se envolver, meu marido deixou o emprego para me ajudar, os meus filhos foram vindo, minhas tias, os sobrinhos, até a minha mãe, que é idosa, gosta, funciona como uma terapia para ela estar perto da natureza”, relata Maria da Conceição.
 
A empreendedora foi uma das primeiras floristas do Shopping Natureza. Em seu espaço comercializa mais de 30 espécies de plantas e flores, algumas vindas de São Paulo, município de Holambra, cidade reconhecida nacionalmente pelo seu alto potencial de produção. “No início comprávamos tudo de São Paulo, mas hoje temos algumas coisas cultivadas aqui mesmo”, acrescenta ela, que hoje possui um percentual de 85% de clientes fixos e afirma gostar muito do que faz.
 
Outra produtora que também diz ter verdadeira paixão pelo que faz é Ruth Lessa. “Eu amo o que eu faço”, assim define ela, que iniciou o ofício há 12 anos, com incentivos da mãe. E foi no decorrer desse tempo que Ruth aprimorou suas técnicas de manuseio de flores. “Quando comecei, não sabia muito, com o tempo fui pegando o jeito. Nunca fiz nenhum curso específico, mas já participei de alguns workshops em São Paulo, em eventos que às vezes vamos”, disse ela, acrescentando que a internet tem se tornado uma grande aliada no trabalho.
 
A Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest), que também abrange a Economia Criativa, é o órgão responsável por incentivar esses pequenos empreendedores, proporcionando logística e apoio legal à associação que os representam, a ArtFlora (Associação de Artesanato e Comerciantes de Flores, Peixes e de Produtos Esotéricos).
 
O gestor da pasta, Olavo Braz, frisa que, se levarmos em consideração que em cada um desses pontos de comercialização pelo menos três pessoas estão envolvidas nos negócios, são 180 pessoas que obtém renda através desse empreendimento.
 
“O Shopping Natureza é um dos modelos de empreendimento de Economia Criativa e Solidária, apoiados pela Prefeitura de Teresina, que contribui para gerar renda para dezenas de pessoas. Além de embelezar as margens das avenidas onde os pontos de vendas ficam localizados e tornar mais agradável para as pessoas que ali fazem caminhadas, o empreendimento teve a capacidade de ampliar o consumo de flores na cidade. A partir disso, também foi fomentado o mercado da produção de adubos orgânicos”, destaca o secretário Olavo.
 
Empreendedores investem na decoração de eventos
Além de incentivar o cultivo de plantas e flores em Teresina, contribuindo para tornar nossa cidade ainda mais verde e agradável, o Shopping Natureza também propiciou um leque de oportunidades que estão sendo bem exploradas por seus produtores, como o investimento na decoração de eventos diversos.
 
 A empreendedora Ruth Lessa viu nesse nicho uma forma de melhorar seu faturamento. “Hoje eu trabalho muito com essa questão de eventos, tenho investido nisso, porque é o que tem garantido mais dinheiro. Os eventos são os mais variados, como decoração de casamentos, formaturas, batizados, aniversários de 15 anos e outros”, conta ela, que diz ser essa a sua única fonte de renda.
 
“Além de trabalhar com arranjos e paisagismo, eu também atuo nesse segmento de decoração de eventos, que é uma boa oportunidade para obter renda”, conta Leandra Santos, florista há 14 anos.
 
Ela, que possui um box no Shopping Natureza da avenida Raul Lopes, já foi responsável por decorar alguns eventos da Prefeitura de Teresina, e considera isso como uma alternativa de divulgar ainda mais sua capacidade.  “Quando somos contratados para decorar eventos, mostramos que temos produtos de muita qualidade e capacidade para decorar os mais diversos eventos, assim como as floriculturas renomadas de Teresina”, pontua Leandra.
 
Histórico do Shopping Natureza

De acordo com o secretário Olavo Braz, que acompanhou toda a constituição do Shopping Natureza, o empreendimento surgiu como uma proposta de encontrar uma alternativa para algumas famílias que viviam embaixo da Ponte Juscelino Kubitscheck (Ponte da Frei Serafim).
 
“O Shopping Natureza foi a ideia encontrada pela administração municipal para solucionar um problema que existia naquela época, que eram famílias que viviam ali embaixo da Ponte da Frei Serafim. Então para tirá-las da condição de excluídas  e dar mais dignidade para essas pessoas,  foi pensada uma estratégia de desocupação da área, de que modo que aquele contingente não se sentisse marginalizado. Após esse processo de remoção, a Prefeitura de Teresina trabalhou no sentido de qualificar a mão de obra desse grupo. Por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e de Assistência Social (Semtcas) foi realizado um cadastramento, e Fundação Wall Ferraz, por sua vez, passou a ofertar a capacitação, direcionada principalmente para a mão de obra feminina”, relembra o gestor.
 
Com o surgimento do Shopping Natureza, o mercado de comercialização de flores e plantas foi impulsionado, já que quando o mesmo foi criado, existia apenas uma floricultura na cidade. “Eu lembro bem que quando o Shopping Natureza começou, só tinha um lugar que vendia flor aqui em Teresina. E acredito que, após isso, esse ramo foi incentivado, fazendo aparecer tantas outras floriculturas”, finaliza a empreendedora Maria da Conceição. 

Da Redação
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