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IBGE contabiliza cerca de 3 mil descendentes de índios no Piauí

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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, o Piauí possui 2.944 pessoas que se autodeclaram indígenas; desses, 1.333 só em Teresina. Para o representante da Funai no Piauí, Romeo Tavares, os números já estão defasados e um novo levantamento precisa ser realizado. No Brasil, os dados apontam a presença de 817.963 índios. 

“Esses números são de 2010 e precisam ser atualizados dentro de um novo contexto porque, por exemplo, segundo um levantamento do SESAI-MA (Secretaria Especial de Saúde Indígena do Maranhão) de 2014, o Piauí já possui mais de 3 mil famílias”, explicou Romeu, durante a IV Semana dos Povos Indígena, que está sendo realizada na Universidade Federal do Piauí. 

Ele disse ainda que, atualmente, o Estado possui apenas três municípios com grupos indígenas organizados e estão localizados em Queimada Nova, Lagoa de São Francisco e em Piripiri. Os grupos são Cariri da Serra Grande, Tabajara do Nazaré, e Tabajara Itacoatiara, Tabajara dos Tucuns e Tabajara Ypy, respectivamente. 

1991 é marco

Já a antropóloga e professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Ufpi, Carmen Lucia Silva, afirmou que até o ano de 1991, a população residente, segundo a situação do domicílio e condição de indígena no país, não era contabilizada pelo IBGE. 

“O ano de 1991 é um marco, pois foi a primeira vez em que entrou a categoria indígena no Censo. Até então, o que tínhamos eram as estatísticas da Funai e de ONG’s. O IBGE não contava os indígenas porque tinha aquela idéia que índio está na mata, na aldeia, e o IBGE contava a população urbana. Isso abriu a oportunidade das pessoas e identificarem enquanto indígenas. Está com três Censos que mostra uma contingência de índios que antes não existia”, disse a professora. 

No Censo Nacional de 1991 contabilizou 294.131 índios; em 2000, foram 734.127. Já em 2010, 817.963 pessoas se autodeclaram indígenas no país. Carmen Lucia alertou que a população indígena está dividida em dois pontos: os que somente se autodeclaram e os que estão organizados em grupos étnicos.  

Antropologa Carmen Lucia Silva 

“São duas coisas distintas. O IBGE identifica pessoas que em sua memória possui um pertencimento indígena. Já os grupos organizados afirmam uma identidade coletiva e reivindica direitos, um tratamento diferenciado por parte do Estado Brasileiro, com a implementação de políticas públicas, como os que estão em Piripiri, Lagoa de São Francisco e Queimada Nova”, finalizou. 

XIV Semana dos Povos Indígenas

A Universidade Federal do Piauí é sede da XIV Semana dos Povos Indígenas. O encontro, que iniciou no último dia 17, encerra-se hoje (19), em Teresina. O evento tem como objetivo a construção de política indigenista no Piauí. Uma parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), por meio do Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes, e a Universidade Federal do Piauí (UFPI) Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Fundação Nacional do Índio (Funai) CTL no Piauí.  Os participantes discutiram sobre o reconhecimento e direito territorial, a educação e a saúde dos povos indígenas. 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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