A doação de órgãos foi o tema do quadro Saúde desta terça(7) no Notícia da Manhã. O telejornal mostrou que embora a doação seja um gesto que ajuda a salvar vidas nem sempre as famílias autorizam a retirada dos órgãos e isso deve-se muito a falta de informação. Atualmente, 40% das famílias no Brasil se recusam a autorizar o procedimento e no Piauí 64% rejeitam a retirada.

Para conscientizar as pessoas sobre o tema, a USP em parceria com o Ministério da Saúde, promove nas capitais do Norte e Nordeste o projeto "Gesto de Herói". Segundo Edvaldo Leal, organizador de procura de órgãos do Hospital das Clínicas/USP, o objetivo é discutir a temática para que as pessoas se posicionem favoráveis ao gesto. "Toda família que tiver um ente na condição de morte encefálica pode disponibilizar órgãos para transplantes e salvar a vida de muitas pessoas", lembrou.

A pouca adesão ao processo de doação de órgãos ajuda a aumentar a fila de espera para os transplantes. No Piauí são 225 pacientes aguardando por um rim e 358 na fila para um transplante de córnea.

No estúdio do Notícia da Manhã, a coordenadora da Central de Transplantes do Piauí, Maria de Lourdes, reconheceu que o momento da morte e as condições nas quais um ente querido perdeu a vida, muitas vezes de maneira súbita e repentina, dificultam a decisão da família, por isso é necessário que as pessoas manifestem em vida o desejo ou não de ser doador.

Maria de Lourdes esclareceu que a família sendo adepta existe a retirada de todos os órgãos viáveis. Ela frisou que, embora no Piauí só sejam realizados transplantes de córnea e rim, existem condições e logísticas para enviar para outros estados os demais órgãos.

Questionada sobre a não realização de transplante de outros órgãos no Estado, como o coração, que ocorria no passado, a coordenadora justificou dizendo que infelizmente houve um  descredenciamento de equipes e estabelecimentos pelo SUS para esse procedimento.

Ainda na entrevista, Maria de Lourdes elogiou a decisão do presidente interino Michel Temer, que divulgou um decreto onde disponibiliza um avião da Força Aérea Brasileira para o trasnporte de órgãos e de pacientes. Segundo a coordenadora, a decisão foi muito importante para o sistema de transplante do Brasil. Ela revelou que atualmente esse transporte é feito pelas companhias privadas em parceria com o Ministério da Saúde.

Assista na íntegra o quadro Saúde!

Marcelo Lopes
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