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Defensoria Pública leva atendimento a comunidade quilombola de Angical

A Defensoria Pública do Estado do Piauí (DPE-PI), representada pela defensora pública Daisy dos Santos Marques, titular da 2ª Defensoria Pública Regional de Oeiras, integrou as atividades da Unidade Móvel do Programa Nacional “Mulher, Viver sem Violência”, na comunidade quilombola do município de Angical.

Com o objetivo de levar atendimento às mulheres vítimas de violência no campo e na floresta, em unidades móveis, o programa teve a adesão da Defensoria Pública do Piauí, por meio do Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência Doméstica, coordenado pela defensora pública Lia Medeiros do Carmo Ivo, que também tem assento no Fórum Estadual de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do Campo e da Floresta, composto por representantes do governo e da sociedade civil.

Para Daisy dos Santos, o trabalho da Defensoria Pública é desafiador, engrandecedor e gratificante, indo muito além das demandas contenciosas individuais, na perspectiva do atuar coletivo, também extrajudicialmente, na educação em direitos junto às comunidades.

“Trabalhar com atendimento ao público é desafiador, engrandecedor e gratificante. A atuação em demandas coletivas e de educação em direitos junto às comunidades é mais que especial. É poder levar um pouco de nossa bagagem e voltar com a mala ainda mais cheia por meio do que colhemos com o coletivo, trocando saberes e afetos, conhecendo outras realidades para além do nosso mundo particular e nos reconhecendo naquele ser humano único, tão diferente de nós, mas também tão igual”, afirma a defensora pública.

Sobre o Programa Mulher, Viver sem Violência, Daisy dos Santos esclarece que é uma oportunidade da Defensoria Pública se fazer presente em espaços onde não está rotineiramente, dialogando com a comunidade, reencontrando assistidas que já foram atendidas na defensoria e apresentando uma forma nova de atuação institucional, de construção coletiva com o público defensorial.

“Não há palavras que descrevam a realização que é, para mim, exercer e amar esse trabalho, e sentir o reconhecimento dos assistidos que já foram atendidos em demandas individuais e agora me recebem em seus espaços, para outro momento e outra formatação de agir defensorial, com o comprometimento que pauta minha caminhada como defensora pública. Estar na Comunidade Quilombola de Angical foi um momento único, pois ela representa resistência ao atual modelo de sociedade, pautando-se pela circularidade do conhecimento, pela vivência coletiva e por uma forma de interação com a natureza diversa da que conhecemos, de padrão mercadológico capitalista; resistência do povo negro, na busca pela retomada da sua identidade coletiva, historicamente atacada pelo processo de escravização pelo qual passou o Brasil e ainda hoje traz funestos reflexos, especialmente à juventude e às mulheres negras, parcelas mais vulneráveis deste público assistido pela defensoria e pelo Programa "Mulher, Viver sem Violência". Espero que a Defensoria Pública seja sempre assim, próxima do povo, pois é por ele e para ele que existimos”, finaliza Daisy dos Santos.

O Programa Mulher, Viver sem Violência foi lançado pela presidente Dilma Rousseff, em 2013, com o objetivo de integrar e ampliar os serviços públicos existentes voltados às mulheres em situação de violência, mediante a articulação dos atendimentos especializados no âmbito da saúde, da justiça, da segurança pública, da rede socioassistencial e da promoção da autonomia financeira.

 

Da Redação
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