Cidadeverde.com

Lewandowski decide fazer intervalo para almoço, após manhã tranquila no Senado

Imprimir

Dada a tranquilidade na qual transcorre o terceiro dia de julgamento da presidenta afastada Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, recuou na decisão anunciada na noite de ontem (26) de não fazer intervalo para almoço neste sábado.

A sessão foi interrompida às 13h e será retomada às 14h, ainda com a oitiva do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, que responde desde às 10:30 da manhã a questionamentos de senadores contrários e favoráveis ao impeachment.

A expectativa de Lewandowski é encerrar as oitivas de defesa ainda hoje com o professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Ricardo Lodi Ribeiro, que participará na condição de testemunha.

O ministro Nelson Barbosa comparou o julgamento de Dilma Rousseff à nova lei de trânsito que obriga motoristas a dirigir com o farol aceso durante o dia. "É como se fossem punidos aqueles que dirigiam com o farol apagado antes da sanção dessa lei", exemplificou.

Favorável ao impeachment, o presidente do PSDB Aécio Neves (MG) criticou o ex-ministro. "O que me chama mais atenção no depoimento de Vossa Excelência é que não há, em nenhum instante, um reconhecimento de culpa sobre o que vem ocorrendo no Brasil", provocou.

Ao criticar a política econômica, que teve Barbosa como último ministro da Fazenda, Aécio Neves disse que o governo Dilma não tomou medidas para frear a perda do grau de investimento do país. O tucano lembrou ainda os números de desemprego e o fechamento de estabelecimentos comerciais dos últimos 18 meses.

"Creio que o senhor não acompanhou o debate da crise econômica de 2015. Houve correções no Pronatec, no Fies, no Minha Casa Minha Vida. O senhor pode chamar isso de mea culpa ou do que quiser, mas foram feitas várias correções para combater a crise", rebateu o ex-ministro.

Ao ser questionado por Aécio se se sentia responsável pela "tragédia econômica" que o governo petista teria provocado, Barbosa disse que tem orgulho de ter participado de um governo eleito quatro vezes e que "os passivos do passado foram resolvidos em 2015.

Em defesa de Dilma e sob protestos, a senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) questionou a lei que obriga o governo a cumprir a meta no trimestre ou no quadrimestre. "A meta é anual. Sempre foi considerada anualmente", explicou o ex-ministro. "Tanto é que você só verifica se cumpriu a meta quando é feito o balanço de caixa em janeiro de cada ano".

Para Barbosa, o não cumprimento da meta é passível apenas de multa. "Em várias esferas municipais e estaduais a meta vem sendo descumprida sem protestos de deputados e senadores", disse destacando que mesmo que não fosse cumprida a meta, isso não seria considerado crime. Aí não querem que a gente diga que é golpe, que é farsa. Mas tem que ser dito, pois não vamos aceitar", afirmou.

Le Monde

Ao tomar a palavra, o senador Jorge Viana (PT-AC) citou o editorial deste sábado (27) do jornal francês Le Monde sobre o processo no Brasil e disse que "até a imprensa estrangeira reconhece a farsa que é o impeachment de Dilma".

Segundo o senador, o editorial do Le Monde deste sábado diz que, "se esse não é um golpe de Estado é, no mínimo, uma farsa. E as verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os brasileiros.”

Ao responder Jorge Viana, que questionou o ex-ministro sobre quem trabalhava na elaboração dos decretos de créditos suplementares, o ex-ministro esclareceu que decretos com esse objetivo passam por, pelo menos, vinte autoridades.

 

Agência Brasil

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais