Levantamento aponta que mais de 500  investigações policiais estão paralisadas no Piauí por conta da suspensão da realização de exames de DNA no Instituto de Criminalística. As análises eram feitas em laboratório pernambucano, mas a carência de recursos para custear diárias para os peritos do Piauí irem ao Estado e a falta de kits para o exame está impedido o serviço há pelo menos nove meses.  

Entre os inquéritos policiais prejudicados pela  não realização dos exames de DNA estão: 500 casos de investigação de vítimas de afogamento, identificação de ossadas e homicídios, além de 40 ocorrências de crimes de violência sexual. Dentre estes, está o estupro coletivo ocorrido em maio deste ano na cidade de Bom Jesus. O juiz Heliomar Rios ainda aguarda laudos do exame de DNA para proferir a sentença do caso. 

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Carreira do Estado do Piauí (Sindepol) defende que a interrupção dos exames de DNA compromete a investigação policial e facilita a impunidade. 

“Interfere uma vez que o inquérito policial  poderia ser concluído em tempo hábil e em virtude da ausência da prova material do laudo pericial isso não é feito. Em virtude disso, o consequente indiciamento não é feito porque o inquérito não é finalizado . Uma vez que o delito não é elucidado é população  que sofre com essa situação”, pondera a presidente da entidade, Andrea Magalhães.

A diretora do Instituto de Criminalística, Julieta Castelo Branco, reconhece a deficiência e é pessimista sobre a solução do problema. “A gente é muito cobrado pelo Judiciário e pelos próprios delegados, mas não temos como fazer os exames”, admite Julieta. 

O diretor do Polícia Técnico-científica do Insituto Médico Legal, Antônio Nunes, supõe que vai demorar pelo menos dois anos para o Piauí ter seu próprio laboratório para realizar exames de DNA. “Esse é o tempo para fazer o projeto,passar  o projeto para os diretores de engenharia, fazer orçamento ,licitar e construir", acredita Antônio Nunes.

Além do Piauí só mais quatro estados brasileiros não possuem laboratórios específicos para a realização de exames de DNA. São eles:  Tocantins, Sergipe, Roraima e Rio Grande do Norte.  

Izabella Pimentel (com informações da TV Cidadeverde.com)
Especial para o cidadeverde.com 
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