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Ex-governador Sérgio Cabral é preso pela PF no Rio

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Matéria atualizada às 11h36

Os procuradores do Ministério Púbico Federal e delegados da Polícia Federal começaram a dar detalhes de como funcionava o esquema de propina comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Os esquemas, que movimentaram ao menos R$ 224 milhões, eram divididos em duas etapas: além dos 5% do valor orçado que ia direto para Cabral, outro 1% era chamado de ‘taxa de oxigênio’, que era entregue à Subsecretaria de Obras, comandada por Hudson Braga.

As investigações indicam que pelo menos três grandes obras foram superfaturadas. A da reforma do Estádio do Maracanã (1,05 bilhão, boa parte de recursos federais); Arco Metropolitano (ao custo de 1,55 bilhão); e obras do PAC em favelas como Manguinhos, Rocinha e Complexo do Alemão (total de 1,14 bilhão).

A Operação Calicute, segundo os investigadores, revela que os acordos eram costurados pelo braço-direito de Cabral, Wilson Carlos, e dois outros assessores próximos conduziam o recebimento das propinas: Carlos Bezerra e Carlos Miranda. Já o ‘oxigênio’ de 1% de Hudson Braga era pago a José Orlando Rebelo e Wagner Garcia.

O esquema desmontado pelos procuradores indica que Cabral tinha mesadas de propina. A Andrade Gutierrez chegou a pagar R$ 350.000 mensais durante um ano, enquanto a Carioca Engenharia pagava R$ 200.000 mensais durante o primeiro mandato (2007 a 2010). No segundo mandato, porém, a mesada mais do que dobrou, passando para R$ 500.000 reais. Em relação ao atual governador Luiz Fernando Pezão, os procuradores informaram que ele não foi citado em qualquer delação até o momento. Pezão foi vice-governador e secretário de Obras durante todo o governo Cabral. 

 

Postada às 7h21

Foto: Reprodução TV GLOBO


Carro leva Sérgio Cabral para a PF


A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta (17), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral sob a acusação de cobrança de propina em contratos com o poder público. O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva, um expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, e outro pelo juiz Sergio Moro, em Curitiba. Além de Cabral, outras nove pessoas tinham sido presas até as 7h30.

Uma das operações é Calicute, considerada um braço da Operação Lava-Jato no Rio, que tem como base a delação premiada do empresário Fernando Cavendish. A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, também é alvo de condução coercitiva por essa operação. A outra ação é da Lava-Jato, que teve como base a delação da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia.

Por volta das 6h50, um carro saiu da garagem do ex-governador e muitas pessoas que estavam na porta tentaram invadir o local e gritavam pela prisão dele. Para sair do local, a polícia chegou a jogar spray de pimenta.

A ação tem o objetivo de investigar o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, cujo prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões.

No início da manhã também foi preso o assessor de Cabral, Wagner Jordão Garcia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ao todo, a polícia visa cumprir 38 mandados de busca e apreensão, 8 de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 conduções coercitivas.

A polícia chegou à casa de Cabral, no Leblon, Zona Sul do Rio, por volta das 6h. Cabral e os outros acusados são suspeitos de receber propina em troca da concessão de obras públicas como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano.

A investigação teve como ponto de partida as delações de Clóvis Primo e Rogério Numa, executivos da Andrade Gutierrez, feitas no âmbito do inquérito do caso Eletronuclear. Os dois revelaram à força-tarefa que os executivos das empreiteiras se reuniram no Palácio Guanabara, sede do governo, para tratar da propina e que houve cobrança nos contratos de grandes obras. Só a Carioca Engenharia comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina para o grupo.

O mandado expedido pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, visa cumprir, de forma coordenada, 14 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva e 1 mandado de prisão temporária.

Além de Cabral, a polícia também busca cumprir mandados de prisão preventiva contra o ex-secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos, e do ex-secretário de obras, Hudson Braga.

A operação foi batizada de “Calicute”, região da Índia onde o descobridor do Brasil, Pedro Álvarez Cabral, teve uma de suas maiores tormentas.

Agentes da Polícia Federal chegaram ao prédio do ex-governador por volta das 6h 

 

Foto: Carlos Brito / G1


Advogados de Sérgio Cabral chegaram à Polícia Federal por volta das 7h40 da manhã desta quinta-feira (17)

 

Motivações para os pedidos de prisão
De acordo com a PF, a Operação Calicute foi desencadeada a partir da delação de executivos das construtoras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, sobre cobrança de propina em troca de concessões do poder público para obras como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano. Só a Carioca Engenharia comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina.

À Operação Lava-Jato, os delatores Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo disseram que Cabral cobrou pagamento de 5% do valor total do contrato para permitir que a construtora Andrade Gutierrez associasse à Odebrecht e à Delta, no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã, em 2009. Na época, o ex-governador negou que isso tenha ocorrido.

A Delta pertencia a Fernando Cavendish, amigo de Cabral que foi preso em julho, após o juiz Marcelo Bretas aceitar uma denúncia contra 22 suspeitos de participar de um esquema que desviou R$ 370 milhões dos cofres públicos.

Operação Calicute com o objetivo de investigar o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do Rio de Janeiro. O prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões. A apuração em curso identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas.

São investigados os crimes de pertencimento à organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros. A Operação Calicute é resultado de investigação em curso na força-tarefa da Operação Lava-Jato no estado em atuação coordenada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná.

Foto: Carlos Brito / G1

Polícia está na casa do ex-governador Sérgio Cabral

 


Fonte: G1 e Veja

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