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Após ato, promotor acredita que Senado vota contra mudança do pacote anticorrupção

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O presidente da Associação Piauiense do Ministério Público, o promotor Glécio Setubal, disse que as manifestações em defesa do projeto original das 10 medidas contra a corrupção, realizadas em todo o país no domingo (04), é um apelo de toda a população para que os senadores votem contra as modificações que alteram o sentido original do documento. 

Além disso, as manifestações tiveram como principal repúdio a tentativa de criminalizar o trabalho de juízes e promotores que atuam no combate a corrupção como, por exemplo, nos que atuam na Operação Lava-Jato. 

“Infelizmente houve uma deturpação do projeto inicial, ele foi muito alterado e, incluiu dois capítulos que, especificamente, punem a conduta de juízes e promotores que estão no exercício do seu trabalho. Houve uma retaliação ao trabalho do MP e do Judiciário. Estamos vivendo um cenário diferente em que políticos e grandes empresários estão sendo presos e isso causou uma repercussão negativa dentro do meio político”, comentou o promotor em entrevista ao Notícia da Manhã desta segunda-feira (05).

Setubal ressaltou que os líderes do Senado Federal vão se reunir hoje e acredita que as manifestações em todo o país foi significativa e servirá como um apelo em combate a corrupção. 
 
“Hoje os lideres do Senado vão se reunir, ontem a manifestação foi bem significativa em todo o Brasil, de fato o país parou para protestar. Acredito que esse apelo popular faça com que os senadores revejam e o projeto seja retirado, não seja votado ou pelo menos alterado de forma substancial, e que tente preservar a indicação originária”, disse Setubal. 

Para ele, a alteração do projeto é uma tentativa de intimidar a ação do Ministério Público e do Magistrado. 

“No projeto, inclusive, proíbe o promotor ou o juiz, o magistrado, de fazer manifestação à imprensa. Então até a própria imprensa vai ficar prejudicada porque não vai conseguir colher informações necessárias nos grandes casos de repercussão. A gente já tem um código de conduta, ética e moral, se eu falhar nisso eu respondo um processo administrativo, mas criminalizar isso torna o nosso trabalho extremamente perigoso, nós vamos trabalhar com receio”.

O promotor também alertou que o projeto inicial previa ações que fossem viabilizar condenações, criminalizações e aumento das penas de enriquecimento ilícito, maior celeridade desses processos, para fazer com que as punições se tornem viável. 

Em Teresina, a manifestação ocorreu em frente ao prédio do Ministério Público Federal, localizado na Avenida João XXIII. 

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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