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Grife criada em presídio gera renda para detentas e financia ateliê

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Foto: D'Cela/ Divulgação

De dentro das celas para as feiras de São Gabriel do Oeste, cidade a 140 km de Campo Grande. Esse é o destino dos produtos de artesanato feitos por costureiras da grife D'Cela, que funciona dentro do presídio feminino da cidade. “Costurando a liberdade com dignidade” é o lema do projeto que instalou um ateliê no estabelecimento penal, onde cerca de 60% das 55 presas cumpre pena por tráfico de drogas.

Desde fevereiro, puxa-sacos, almofadas com porta-carregadores, porta-carregadores, "bate-mãos", bolsas e toalhinhas produzidos pelas presas são vendidos na feira central da cidade às sextas-feiras. As peças custam a partir de R$ 10,00 e o preço máximo é R$ 50,00.

São produtos simples, úteis e de preço acessível, mas feitos com qualidade e beleza no Ateliê D'Cela, projeto implantado em maio de 2016. A iniciativa surgiu da A iniciativa é da 1ª Vara de Execução da comarca em maio de 2016, em parceira com o Novo Conselho da Comunidade e a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).

O projeto se mantém com a venda do artesanato produzido pelas detentas. Elas trabalham 6 horas por dia, de segunda a sexta-feira, e recebem pagamento equivalente a três quartos do salário mínimo, independente da produção e venda.

Além da renda, também ganham remissão de pena: um dia a menos para cada três dias trabalhados. As integrantes do projeto aprendem uma nova profissão, ocupam o tempo e ainda ganham dinheiro.

Segundo Liliane Portioli, secretária do novo conselho da comunidade, atualmente quatro presas participam do projeto. Ela disse ao G1 que o número ainda é pequeno por conta da estrutura do ateliê.

"Começamos com quatro presas no projeto e continuamos com esse número porque a estrutura atual não comporta mais gente. Elas ganham salário e não temos condições de contratar mais detentas ainda. Temos rotatividade, são quatro costureiras porque tem que ter o mínimo de aptidão. Saber costurar nenhuma delas sabe, mas a gente ensina, leva modelos e elas vão aprendendo", explicou Liliane.

 A primeira grande exposição foi na festa do Leitão no Rolete em 2016 e, desde então, os produtos eram vendidos para lojas da cidade, mas, a partir de fevereiro, a produção passou a ser exposta também na principal feira da cidade, que é realizadas às sextas-feiras, na região central.

O ateliê D’Cela aceita encomendas de todo o Mato Grosso do Sul e, para Campo Grande, não há cobrança de taxa de frete. Segundo Liliane, toda a verba arrecadada com a venda é reinvestida no próprio projeto, na compra de maquinários, tecidos e materiais.

Fonte: G1

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