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Diferenças sociais diminuem entre 2000 e 2010, mais ainda são grandes

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Na década de 2000 a 2010, os grupos mais vulneráveis tiveram a maior alta no desenvolvimento humano nos municípios brasileiros e isso pode ter contribuído para diminuição da desigualdade no país. A informação foi divulgada, na manhã desta quarta-feira (10/5), no lançamento do relatório Desenvolvimento Humano para Além das Médias: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) por cor, sexo e situação de domicílio.

A população negra é que apresentou maior crescimento no período: 2,5% ao ano, ante 1,4% dos brancos. A diferença entre o IDHM de negros e brancos reduziu-se pela metade no período -- em 2000, o índice dos negros era 27% inferior ao da população branca e, em 2010, ele passou a ser 14,4%. Os dados também indicaram uma maior equilíbrio entre homens e mulheres. Em 2000, o IDHM delas era de 0,596 e passou para 0,720 em 2010. Os homens tinham um índice de 0,602 em 2000 e pularam para 0,719 em 2010.

Apesar dos avanços, especialistas destacam que as diferenças ainda são muito grandes e o Brasil precisa trilhar um longo caminho para se aproximar da igualdade. A coordenadora de desenvolvimento humano nacional do PNUD, Andréa Bolzon, mostra que, por mais que tenha melhorado, os resultados em geral mostram que os homens brancos que vivem nas cidades ainda ganham mais e vivem melhor.  “Tudo melhorou, as desigualdades estão menores do que era no passado, mas ainda existe um lapso de10 anos em termos de desenvolvimento humano, no caso dos negros, por exemplo. Os negros em 2010 estavam em um nível de desenvolvimento que os brancos estavam em 2000”, compara.

De acordo com o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, o estudo é uma importante base para orientar políticas públicas, especialmente, quando se olha os índices de forma desagregada. “É preciso olhar com cuidado. De 2013 pra cá, a situação da economia piorou muito e isso muda um pouco, mas o trabalho é importante para refletirmos sobre a nossa estrutura social e pensar como reduzir as discrepâncias, inclusive, entre pessoas da própria família. Uma das maneiras de focar nisso é o investimento na educação profissionalizante. Quando o país não cresce, todos perdem. O colchão dessa sociedade é a qualificação. E esse estudo nos ajuda direcionar para quem é mais importante é essa qualificação”, defende.

O estudo, realizado pela Fundação João Pinheiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (Pnud), a partir dos dados dos censos demográficos de 2000 e 2010, levantou as informações de 20 regiões metropolitanas e 111 municípios. Estão dados são analisados levando em consideração os índices de educação, renda e expectativa de vida.

IDH

Em março deste ano, o Pnud mostrou que a crise econômica fez com que o país mantivesse o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) estável, interrompendo um crescimento contínuo nos últimos 25 anos. O IDH brasileiro para 2016, baseado em dados de 2015, permaneceu em 0,754. Em uma análise entre 188 nações, o país seguiu na posição 79 do ranking e faz parte de um pequeno grupo de 16 que ficaram estagnados. O número ficou estável, principalmente, por causa queda na renda das famílias.

Fonte: Correio Braziliense 

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