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Servidores denunciam subutilização da Guarda Municipal de Teresina

Servidores denunciam a subutilização da Guarda Municipal de Teresina. Pela lei, os profissionais devem atuar para garantir a segurança em locais públicos, a exemplo de praças. Contudo, o Sindicato dos Guardas Municipais de Teresina (Sindcgm-THE) diz que a realidade é bem diferente e em algumas situações, os profissionais são obrigados a permanecerem em parques municipais da Capital em horários em que os mesmos não estão abertos ao público. 

O presidente do Sindcgm-THE, Henrique Sousa, cita por exemplo o Parque da Cidadania. Ele contabiliza ainda que em cinco meses foram realizadas apenas três abordagens durante o turno da manhã. 

"O Parque da Cidadania fecha às 10h e os guardas municipais ficam lá sem fazer nada até meio-dia. A necessidade maior de segurança da população é no centro de Teresina, nas praças e paradas de ônibus. Nestes locais há assaltos e furtos praticamente todos os dias. Colocar a Guarda onde não tem necessidade é um despercídio", desabafa Sousa. 

Segundo ele, os guardas municipais só podem atuar nos pontos pré-fixados: Centros de Artes e Esportes Unificados (Norte e Sul), Parque da Cidadania, Lagoas do Norte e Parentão. Atualmente, existem 100 guardas municipais atuando em Teresina e mais 98 formados, aguardando apenas a nomeação. 

"A gente não pode fazer patrulhamento na cidade, não podemos atuar fazendo ostensividade no centro...os nossos gestores alegam que a Guarda é apenas um projeto piloto e por  isso não podemos atuar em todos os locais que necessitam de patrulhamento. Por outro lado, temos 98 guardas municipais formados, apenas aguardando a nomeação do prefeito que prometeu isso para o mês de março e até agora nada", disse o presidente do Sindcgm-THE. 

Os guardas municipais denunciam ainda a a falta de rádio comunicadores, giroflex em viaturas, armamento menos letais como gás lacrimogênio e spray de pimenta, além de gratificações impostas pela lei como obrigatórias. 

Secretário responde

O secretário de Cidadania Assistência Social e Políticas Integradas, Samuel Silveira, explicou que estuda a o crescimento da Guarda Municipal, mas que o processo é a longo prazo. Para ele, há uma "confusão" de competências entre a guarda e segurança pública, o que gera a cobrança da população.

"Nós não podemos confundir o papel da Guarda Municipal com o papel da Segurança Pública, sob pena de ter um novo HUT.  Na área da saúde, o Hospital de Urgência de Teresina absorve uma demanda de todo o Estado do Piauí e parcela do Maranhão. A Guarda Municipal esperada há muito tempo já existe na nossa cidade mas como todo o início o crescimento tem que ser planejado e natural. A guarda-municipal nesses primeiros 100 dias apresentou excelentes resultados nos espaços relacionados  foram 30 apreensões de drogas, mais de 12 assaltos evitados - nos deixa bastante espantado dizer que a guarda está ociosa. É importante fazer uma análise como um todo - é natural que a guarda se expanda para outros espaços públicos mas não de qualquer jeito, não de qualquer forma. Guarda-municipal não é atividade de segurança pública, quem cria polícia é a constituição - guarda municipal vem indiretamente apoiar - e isso não pode em nenhum momento confundir sob pena de termos o problema como é o da saúde", disse.


Graciane Sousa e Rayldo Pereira
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