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Francisco Costa faz balanço de gestão na Saúde: 'foco foi descentralização'

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"A descentralização dos serviços de saúde em todo o Estado foi uma das ações mais relevantes", disse Francisco Costa.

Ao deixar a gestão da Secretaria de Estado da Saúde, o médico, que assume o Instituto de Águas e Esgotos do Piauí, faz um balanço das ações do período em que atuou, de 2 de janeiro de 2015 a maio de 2017. Para ele, a descentralização dos serviços de saúde em todo o Estado foi uma das ações mais relevantes e com impacto na vida dos piauienses. Veja a seguir a entrevista:

Portal Saúde – Secretário, qual a avaliação que o senhor faz da sua gestão nestes dois anos?
Francisco Costa - À frente da Secretaria de Saúde, buscamos atuar em várias áreas, mas com foco no planejamento apontado pelo governador Wellington Dias, que é trabalhar a descentralização dos serviços de saúde, que envolve a melhoria na infraestrutura da rede, maior disponibilidade equipamentos para a rede hospitalar, bem como levar a mão-de-obra especializada para fazer esse atendimento. 
Buscamos atuar nas mais diversas regiões de nosso Estado, buscando ampliar e melhorar a oferta de serviços. 

PS – Que obras tiveram impacto?
FC – Inauguramos unidades novas como a Unidade de Pronto Atendimento(UPAS) de Oeiras e São Raimundo Nonato. Abrimos o Centro de Parto Normal em Piripiri, uma maternidade bem estruturada para a humanização do parto. Abrimos cerca de 40 leitos de UTI, que já estão em funcionamento nos hospitais de Parnaíba, Piripiri, HGV, Floriano e Oeiras. Retomamos obras paralisadas e deixamos outras em estágio avançado para inauguração, além de equipamentos que foram adquiridos para fortalecer a descentralização do serviços.

PS – Também tiveram os programas itinerantes.
FC – Sim. Tivemos uma sintonia muito boa com os programas itinerantes. Com o Programa Amigos do Peito, por meio de duas carretas de mamografia, levamos a mais de 70 municípios de nosso estado, acesso ao exame de prevenção do câncer de mama.

Pelo programa Passo à Frente, as pessoas portadores de deficiência puderam ter acesso órtese, prótese, cadeira de rodas, muletas, instrumentos necessários e auxiliares da locomoção. O programa é feito por meio de uma oficina ortopédica móvel, quando levamos o serviço para mais próximo ao cidadão piauiense. Você imagina que antes as pessoas tinham que vir até a capital para ter acesso ao programa. Passamos por vários municípios, atendendo mais de três mil pessoas.

E pleiteamos uma nova oficina, para ampliar o serviço no Estado, e o Ministério da Saúde atendeu a nossa solicitação e até junho teremos mais reforço nessa área.

PS – Teve ainda o Olhar Bem.
FC – Com o programa Olhar, realizamos mais de 100 mil atendimentos, entre consultas, exames e cirurgias de catarata. Somente em cirurgias de catarata, foram mais de 10 mil realizadas em vários municípios de forma itinerante, beneficiando de uma maneira expressiva muitos cidadãos piauienses que tinham dificuldade de enxergar por conta da catarata. O programa conseguiu isso: trazer a visão aquelas pessoas acima de 60 anos e também crianças, como aconteceu em dois irmãos de Nazaré do Piauí. 

Além disso, nossos hospitais realizaram vários outros mutirões tanto para cirurgias de catarata, feitas nos hospitais de Barras, Luzilândia, Esperantina e Valença. 

Outros formatos de mutirões ocorrem, como no Hospital Getúlio Vargas, que fez mais de 70 mutirões, em diversas áreas, diminuindo muita a fila de espera por procedimento ortopédico, ginecológico, entre outras áreas. Hospital Infantil também adotou essa estratégia de mutirão aos finais de semana e feriados.

A proposta sempre foi essa: trabalhar para melhorar o atendimento na capital e descentralizar os serviços para o interior do Estado, como o serviço de alta complexidade, a exemplo da Oncologia, que foi implantada no município de Parnaíba. Ampliamos ainda o atendimento oncológico em Teresina, com implantação do serviço no Hospital Universitário.

PS – Muitas obras estão encaminhadas?
FC – Tivemos a oportunidade, neste mês de maio, de assinar o contrato da nova maternidade de referência do nosso Estado, obra de aproximadamente de R$84 milhões, que serão investidos na parceria entre Governo do Estado, Ministério da Saúde, com emendas do deputado federal Assis Carvalho e da deputada Iracema Portela.

A maternidade substituirá a estrutura da Maternidade Dona Evangelina Rosa. A nova unidade, referência no atendimento à mulher e ao recém-nascido, terá uma estrutura com o triplo da área física da atual maternidade, com 115 leitos para terapia intensiva, entre adulto e neonatal.

Outras obras importantes são destaques, como o novo hospital de Picos. A licitação acontece agora no dia 11 de maio.
Também temos recursos encaminhados para a reestruturação do Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano, onde serão investidos aproximadamente R$15 milhões nessa primeira etapa. Ali serão ampliados os leitos, adequando a área de urgência, como também concluir outras obras que estão a todo vapor.

Obras como a conclusão dos Centros de Partos Normal(CPN), em Floriano, Parnaíba, Picos e São Raimundo Nonato e ainda a Casa da Gestante, nas cidades de Floriano, Picos e Parnaíba, citando ainda a aquisição de equipamentos para essas unidades. 
E ainda leitos de UTI no Hospital Regional Justino Luz, em Picos. São 20 leitos. E mais 10 leitos no Hospital da Polícia.

PS – Os recursos para aquisição de equipamentos são do Estado ou da União?
FC – São mais de R$30 milhões, numa parceria de emendas parlamentares, que estão sendo investidos na melhoria do apoio diagnóstico, aquisição de mobiliário, readequação de todos os centros cirúrgicos dos hospitais regionais mais importantes de nosso Estado e assim dar mais condições de trabalhos aos excelentes profissionais que nós temos nos mais diversos municípios piauienses e cuidar cada vez melhor de cada usuário.

PS – Que entreves foram percebidos para avançar nos serviços de saúde?
 FC – Citamos dois, a princípio. O limite prudencial de gastos com pessoal, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, fragiliza a proposta do Estado em avançar na descentralização dos serviços. Se de um lado sabemos da necessidade em ampliar os serviços, do outro, há um regramento que nos impõe cautela nas contratações. Aliado também no reduzido número de profissionais de saúde no interior.

PS – É um trabalho que será dado continuidade?
FC – Foi nessa linha de trabalho que buscamos estruturar a rede, capacitando servidores, com melhores condições de trabalho para que o cidadão piauiense tenha acesso ao serviço de saúde mais próximo do seu município e residência. 
Esse é intuito maior que buscamos trabalhar. Com o Florentino Neto, o trabalho será dado continuidade, com o mesmo propósito na descentralização dos serviços. O governador Wellington Dia defende uma saúde de qualidade, mas uma saúde regionalizada e que cada cidadão, à medida que procure por um serviço de saúde, possa ter acesso de forma efetiva, resolutiva e rápida.

 

Fonte: Portal Saúde
 

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