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Diretor do HU explica pedido do repasse de R$ 1 milhão pela FMS

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O diretor do Hospital Universitário (HU) em Teresina, Dr. José Lira Mendes Filho, rebateu o posicionamento do presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Silvio Mendes, e explicou sobre o repasse financeiro da FMS para o HU e o pedido de aumento no valor de R$ 50 mil para R$ 1 milhão. O diretor ressaltou não existe um litígio ou uma falta de entendimento entre eles, “o que há é uma diferença de interpretação que leva a discordância que são perfeitamente resolvíveis, como tem sido feito ao longo desses anos”. 

Em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (26), o diretor destacou que há dois anos o HU foi convidado pelo Ministério Público Federal em que surgiu a possibilidade de expandir o hospital para atendimento oncológico, frente a grande procura na capital, mas que inicialmente não era a meta inicial da instituição. 

“O que dissemos foi que aumentaríamos a parte física e de tratamento do hospital para atendermos esse paciente, e fizemos isso: investimos cerca de R$ 3 milhões para que o HU se adequasse as peculiaridades do tratamento do paciente oncológico; e começamos a atender ainda no ano passado”, disse. Em dezembro de 2016, foi realizado um contrato com o Ministério da Saúde da qual a Secretaria Municipal em Teresina iria fazer um repasse de R$ 500 mil por mês.  O dinheiro seria destinado às despesas que seriam demandadas pelo atendimento do paciente oncológico. 

“Naturalmente, esse atendimento vem crescendo e nós não temos ainda hoje atingindo a um gasto financeiro de R$ 500 mil porque, primeiro, estamos crescendo, saímos do zero para um atendimento que pretendemos ampliar mais ainda. E já havíamos atendido anteriormente sem estar habilitados pelo Sistema Único de Saúde, mas não recebia e não era credenciado”, declarou o diretor.

Outro destaque na entrevista foi o aumento do repasse de R$ 500 mil para R$ 1 milhão ao mês. “Nós precisamos desse dinheiro e nesse ponto é que temos certa discordância. O SUS acha que temos que aumentar o atendimento para fazer jus ao dinheiro. E nós precisamos do dinheiro para aumentar o atendimento, que tem custo. Não tem como aumentar o atendimento se não tem dinheiro”, explicou.

O diretor reforçou que a questão não é discutir se “o dinheiro é mal utilizado ou desvio de recursos” e sim para aumentar o atendimento de pacientes. 

“É preciso se assinar o aditivo, que já foi determinado pelo Ministério da Saúde, para o dinheiro ser alocado no HU para que a gente possa crescer mais rapidamente, mas ele acha que a gente primeiro precisa crescer para fazer jus ao dinheiro”, disse o diretor sobre o presidente da FMS assine a liberação da quantia. 

José Filho disse ainda que os custos são superiores aos valores que o SUS paga, pois o pagamento ainda faz referência há 10 anos. Logo, estão defasados e sem reajuste todos esses anos.  O diretor esclarece ainda que os pacientes oncológicos atendidos pelo HU são encaminhadas pelo SUS, através da FMS.

“A Fundação tem ao longo dos últimos anos uma equipe perfeita e o Silvio (Mendes) é um dos que mais conhece a Saúde em Teresina, pois ele pode facilmente compreender essas coisas. Não pense que há mudanças significativas entre a Fundação Municipal de Saúde e o Hu, nós estamos em um processo de reentendimento para os passos seguintes”, ressaltou. 

 

Sobre o questionamento sobre os procedimentos cardíacos, levantados pelo diretor do Hospital de Urgência de Teresina, Gilberto Albuquerque, o diretor do HU explicou que atualmente são operados 183 pacientes. 

“O Hospital Universitário tem 4 anos e nós não começamos com 200 leitos, nós começamos com 50, depois pra 75, 100 e hoje chegamos a 200. Certamente esse setor de oncologia trará mais espaços pra esses pacientes. A cardiologia está criando a unidade coronária com mais dez leitos. Então, daqui a pouco a pediatria vai crescer. É um hospital que vai crescer. Nós não começamos com 300 leitos”, explicou o diretor de HU. 

Dr. José Filho disse ainda que não é possível fazer em longo prazo diante da atual conjuntura política e econômica do país. “Mas mesmo assim nós temos conversando com as instâncias superiores, inclusive com Dr. Silvio Mendes, que tem se disposto a nos ajudar e obtenção de um acelerador linear para tratamento de pacientes oncológicos. Ele é parceiro, não há uma briga, e sim uma diferença de interpretação subjetiva”, ressaltou. 

Os recursos destinados ao HU são usados, por exemplo, no atendimento ao paciente, melhora no quadro tecnológico, contratação de pessoal, dentre outras questões. 

Com relação ao cumprimento de metas, o diretor do HU limitou-se a dizer que todos têm dificuldades em cumpri-las e são muitas variáveis. “Por exemplo, a própria fundação municipal precisa mandar o paciente, depois o próprio paciente tem que ir; são esses tipos de variáveis que nos impede de fazer a nossa capacidade máxima. Também temos uma limitação de profissionais, nós temos 200 médicos, pouco menos que isso. Preciso de mais pessoal, mas isso antes era menos, antes tinhas uns 150 hoje já temos quase 200. É preciso o país sair dessa crise para voltarmos a crescer”, finalizou.  

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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