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Marido tenta matar mulher a golpes de martelo e vítima pede socorro em delegacia

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Martelo usado para agredir a vítima (Foto: Carlienne Carpaso/Cidadeverde.com)

Três anos de relacionamento marcados por agressões físicas e psicológicas. Na tarde desta sexta-feira (15), uma doméstica de 23 anos decidiu pela segunda vez romper com o silêncio e buscar ajuda na Delegacia Especializada da Mulher, no Centro, após sofrer mais uma tentativa de homicídio.  A agressão ocorreu na zona Leste de Teresina. 

Seu companheiro, que está foragido desde a madrugada de hoje a agrediu com marteladas na cabeça e tentou estrangulá-la, quando percebeu que estava viva mesmo com os ferimentos. 

A vítima afirma que já tentou por diversas vezes deixar o companheiro, de 37 anos, mas ele a persegue e a obriga a voltar para ele, pois a ameaça de morte.  

Ela, que preferiu não ter a identidade revelada, diz que é “muito ruim conviver com uma pessoa que não gosta de você, e não te deixa viver em paz”. 

Esperando a prisão do agressor e para realizar os exames de corpo de delito, a vítima relembra os momentos de desespero que viveu ao lado da filha.

“Começou hoje de madrugada. Eu estava deitada com a minha filha quando ele chegou e deitou do lado. Eu me levantei, fiquei sentada, com aquela angustia dizendo pra eu não dormir. Ele de repente me deu uma cotovelada no rosto e disse: ‘vou te matar, vagabunda!’. Pegou um martelo, ficou em cima de mim e começou a tacar na minha cabeça. Fiquei empurrando ele, dizendo me solta, chamando minha mãe.  Quando ele me soltou, empurrei ele, e ele caiu e correu, achou que eu tinha morrido. Voltou e tentou me enforcar, mordi ele, foi quando minha irmã apareceu e ele fugiu”, desabafou.

 A primeira tentativa de homicídio ocorreu no começo da relação, quando os dois passaram a morar juntos, quando a vítima estava com a filha nos braços e ele chegou desferindo uma facada próxima seu pescoço. Ela chegou a registrar um Boletim de Ocorrência na época, mas desistiu por medo dele. 

A mãe conta ainda que filha de três anos vive traumatizada: “ela fica falando: não deixa o ‘bicho’ matar a mamãe”. O agressor é usuário de drogas e está desempregado. 

De acordo com a vítima, o agressor não a deixa estudar, falar com as pessoas e conviver tranquilamente com a família. “Ele fica me vigiando, me espera na porta da escola pra eu não denunciar, me assusta ‘dando carreira’ em mim e nas minhas amigas”. 

Atualmente, ela conseguiu um emprego há três dias e tem receio de perder a oportunidade de recomeçar. A vítima tenta concluir o ensino fundamental durante a noite. 

Mesmo com receio, a vítima buscou por acolhimento na Delegacia e ressalta a importância das mulheres de denunciarem seus agressores para colocar um fim na violência doméstica. Essas mulheres são assistidas pela Lei Maria da Penha. 

Ligue 180

As mulheres vítimas de violência doméstica podem buscar por orientação e ajuda ligando para o número 180, a ligação é gratuita. A denúncia é distribuída para uma entidade local, como a Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) ou Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), conforme o estado. 

Teresina conta com quatro delegacias especializadas (Norte (3225 4597), Sul, Sudeste (3216 1572) e Centro (3222 2323), Central de Flagrante (3216-5038). Além das violências física e sexual, as violências moral, psicológica e patrimonial também são crimes contra a mulher previstos na legislação.

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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