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Manifesto de 40 entidades alerta para risco de destruição do cerrado e cita Matopiba

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Juan Pratginestos / WWF

Um manifesto assinado por 40 entidades, nacionais e internacionais, convoca os setores da soja e carne a contribuírem para impedir a destruição do cerrado brasileiro. O documento, intitulado "Nas mãos do mercado, o futuro do cerrado: é preciso interromper o desmatamento", aponta o risco de extinção de 480 espécies até 2050 e cita a região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Ceará, como exemplo de maior perda de vegetação nativa nos últimos anos. 

Entidades como a WWF-Brasil, The Nature Conservancy (TNC), Greenpeace Brasil, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) assinam o documento, lançado neste mês. Elas apontam que o Brasil perdeu, entre 2013 e 2015, quase 19 mil quilômetros quadrados de cerrado, o equivalente à área da cidade de São Paulo a cada dois meses. 

Veja o documento na íntegra

Sobre o Matopiba, o manifesto afirma que a região é a principal fronteira de desmatamento, onde 62% da expansão agrícola teria ocorrido sobre vegetação nativa. 

Representantes de cinco organizações que assinam o manifesto visitaram a região do Matopiba em setembro de 2016. Entre os problemas encontrados, elas destacam a "ausência de Estado". "As instituições são frágeis em quase todos os setores, e muitas vezes não têm capacidade de evitar perdas de direitos associadas à grilagem da terra, expulsão de comunidades locais, contaminação da água e outros crimes", diz o documento.

Outro ponto que preocupa as entidades é o risco social e vulnerabilidade de comunidades locais no Matopiba. Na expedição de setembro de 2016, foi constatada a expulsão de famílias de pequenos produtores por grileiros - provocando o êxodo rural, conflitos com a cadeia de soja e a crise nos serviços públicos de saúde, educação e outras áreas. 

"É desnecessário que esses dois setores continuem se expandindo sobre habitats naturais no Cerrado, especialmente considerando que há cerca de 40 milhões de hectares já abertos no Brasil com aptidão para a expansão da soja – principal cultura agrícola associada com o desmatamento", defende o manifesto. 

Fábio Lima
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