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Edital para escolas de samba sairá em 60 dias, revela presidente da Monsenhor Chaves

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O tão esperado edital de apoio para as Escolas de Samba deverá ser divulgado em 60 dias, segundo o presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves (FCMC), Luís Carlos Martins.

Ao Cidadeverde.com, o gestor ressaltou que o tradicional desfile das Escolas de Samba em Teresina deverá ocorrer em 2019, após dois anos sem realização na capital piauiense. 

A ideia é lançar o edital por meio uma Parceria Público-Privada para que a participação financeira por parte da Prefeitura seja menor que nos anos anteriores. Luís Carlos citou que o desfile pode chegar a ultrapassar R$ 1 milhão aos cofres municipais. 

Para elaborar o edital, um grupo de estudo será organizado, com participação de representantes das Escolas de Samba, da iniciativa privada e da FCMC. Luís Carlos destacou que as Escolas de Samba que estão em débito com a Prefeitura de Teresina como, por exemplo, problema relacionado à prestação de contas do recurso recebido para os eventos anteriores, poderá ficar de fora do edital. 

“Nós não vamos demorar a lançar o edital; temos uma previsão para 60 dias. Primeiro, nós temos que formatar o edital de uma maneira a contemplar a ‘quem anda correto’. Logo, a Escola que não estiver ‘bem com a municipalidade’ não irá receber. Eu posso até antecipar que a ideia da prefeitura é oferecer uma premiação. Enfim, nós estamos apenas com a ideia e será concretizada na formatação dela por um grupo de estudo”, contou o presidente. 

Para 2019, o presidente também adiantou que o desfile será aberto ao público. Nos últimos anos, o percurso ocorreu na Avenida Marechal Castelo Branco, na zona Norte de Teresina. 

O presidente deixou claro que para o desfile ocorrer depende “muito mais das Escolas de Samba, em se organizarem, do que necessariamente da Fundação e da Prefeitura”.

“O papel da Prefeitura é com relação à organização do trânsito, de uma premiação; e não bancar 100% dos gastos até porque não é justo. A Prefeitura tem tanto problema para resolver, tão mais urgentes, do que um desfile de Escola de Samba. Eu sei que isso é importante, é cultura, adoro carnaval, mas o gestor precisa eleger prioridades, não tem outra maneira. O desfile é um evento de alto custo e não pode ficar só sob a responsabilidade da Prefeitura”, comentou Luís Carlos.

Blocos e Corso 

Ao contrário dos altos custos financeiros para o desfile das Escolas de Samba, o presidente da FCMC disse que os blocos carnavalescos e o Corso do Zé Pereira de Teresina o dinheiro aplicado é bem menor e o retorno econômico é maior para o comércio em Teresina.  Luís Carlos explicou que nos blocos e no corso, as pessoas buscam por mais serviços e produtos, e isso acaba gerando uma maior circulação de dinheiro no município como, por exemplo, a venda de fantasias, maior ocupação da rede hoteleira e de restaurantes. 

“Para se ter uma ideia, hoje, um desfile das escolas de samba, nos moldes anteriores, chegaria a R$1,3 milhões. Então, é um dinheiro considerável para o orçamento da Fundação, para Teresina. E isso temos que repensar, ao passo em que o corso, que é o pré-carnaval, que esse ano reuniu cerca de 400 mil pessoas,  a Prefeitura gastou cerca de R$ 230 mil, e há retorno da rede hoteleira, de restaurantes, de fantasia; a cidade é movimentada com o baixo investimento por parte da municipalidade”. 

O gestor disse ainda que os blocos e o corso foram um sucesso no Carnaval 2018 com uma grande participação de foliões. Assim como as Escolas de Samba, os blocos que receberam apoio da Prefeitura de Teresina deverão prestar contas. 

Repartição Pública

Em entrevista ao Cidadeverde.com, o prefeito de Teresina Firmino Filho declarou que a não realização dos desfiles não se deve unicamente a Prefeitura. Ele criticou a postura das pessoas que acreditam somente neste ponto de vista e disse que as agremiações não são repartições públicas. Além disso, reforçou que o carnaval é uma festa “que vem de baixo para cima”. 

“Em qualquer canto do Brasil, a escola de samba é movimento de base. Nesse caso, cabe ao poder público ajudar. Escola de samba não é repartição pública, não é projeto público, mas o projeto de uma comunidade e o poder público ajuda quem tem vida própria. A prefeitura nunca deve substituir a vida da sociedade", relatou.

 

Carlienne Carpaso
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