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"Minha vida desmoronou", diz vítima de tiroteio na Banda Bandida

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Paulo Roberto Rodrigues, 35 anos, atingido com quatro tiros na prévia carnavalesca Banda Bandida em janeiro deste ano, falou nesta quinta-feira (19) que sua vida desmoronou depois que foi alvejado e que não acredita em justiça. Desde que levou os tiros, Paulo Roberto passou por quatro cirurgias, perdeu o movimento de uma perna e está usando cadeira de rodas.

Acontece hoje no Fórum Criminal de Teresina, na zona Sul desde às 12h30, a audiência de instrução e julgamento do ex-cabo do Exército, Wanderson Lima Fonseca, suspeito de atirar contra Paulo Roberto e outras duas pessoas durante a festa. O acusado foi indiciado por tentativa de homicídio, lesão corporal e porte ilegal de arma de fogo e a audiência decidirá se ele irá a júri popular. 

“Minha vida simplesmente desmoronou, eu não sou mais a mesma pessoa. Me acabou, eu preciso de ajuda pra tudo. Todo dia para eu tomar um copo d’água eu tenho que estar pedindo. Eu não ando mais sozinho”, lamentou a vítima em entrevista ao Jornal do Piauí no Fórum Criminal hoje.

Paulo Roberto falou o que lembra sobre o crime: "Eu só lembro dos tiros e ainda eles estavam pisando na minha cabeça, aí eu não lembro mais de nada, apaguei. A discussão foi com um rapaz que andava com ele (Wanderson), um cidadão chamado de Peixe, que veio até a mim, aí eu dei um empurrão nele, eu dei um chega pra lá nele e depois disso o cabo atirou em mim”.

Desesperançoso, a vítima demonstrou não acreditar que haverá justiça. “Eu sei que a justiça da terra aqui é falha e espero só a de Deus mesmo”.

O Ministério Público do Piauí é responsável pelo processo de acusação do ex-cabo. Oito testemunhas de acusação e cinco de defesa, arroladas pelo MP-PI, serão ouvidas durante a audiência presidida pela juíza Maria Zilnar Coutinho. Paulo Roberto já foi ouvido na audiência e o réu, Wanderson, também poderá ser ouvido, caso queira se pronunciar.

O advogado de defesa de Wanderson, Marcos Vinícius Brito, sustenta a tese de que ele agiu em legítima defesa. Segundo a defesa, teria acontecido uma briga e Wanderson teria se defendido disparando. Marcos Vinícius, o advogado do réu, disse hoje na audiência que “(Wanderson) usou de violência emocional após injusta provocação da vítima”.

Wanderson está preso na penitenciária Irmão Guido, após não ter seu serviço no 2º BEC renovado. O amigo dele, identificado como “Peixe”, também teria atirado durante a prévia de Carnaval, mas não foi indiciado.

 

Lyza Freitas
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