Atualizada às 10h50
Ao se apresentar ao Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Paulo Alves dos Santos Neto, 32 anos, afirmou em depoimento que matou a ex-namorada, a cabeleireira, Aretha Dantas Claro em “legítima defesa”. A delegada Luana Alves, em entrevista ao Cidadeverde.com, contou que o acusado admitiu o crime e ainda declarou que seu relacionamento com a cabeleireira tinha sido reatado.
No depoimento, Paulo Neto conta que estava aos poucos reatando o relacionamento com a cabeleireira e que a encontrou no restaurante que a família da vítima diz que ela foi, no Bairro Saci. Ele conta que de lá foram para um local mais íntimo na zona Norte e depois começou a briga que resultou na morte de Aretha.
O auge da briga teria sido dentro do carro de Paulo, quando ela aplicou uma facada na perna direita dele e ele, alcoolizado, reagiu cometeu o crime.
"Em depoimento ele conta que ela o atacou primeiro e que ele reagiu em legítima defesa, diz que estava alcoolizado, que não lembra de muita coisa. Ele tomou a faca em legítima defesa, mas não justifica ele ter dado tantas facadas nela. Ele conta ainda que não a atropelou, mas tudo isso é a perícia quem vai dizer, sobre o atropelamento, sobre o golpe de arma branca sofrido por ele", contou a delegada Luana Alves.
Paulo Neto se entregou no início da noite de ontem(17), após a polícia invadir a casa onde morava no Parque Poti, zona Sudeste de Teresina e encontrar o carro e uma carta escrita por ele.
Paulo Neto afirmou que seu relacionamento com Aretha estava sendo reatado e na carta deixada em sua casa, expõe sua insatisfação com algumas atitudes dela. Essa versão justifica inclusive ameaças que o atual namorado de Aretha vinha sofrendo por parte de Paulo.
"O (atual) namorado mostrou algumas mensagens inclusive que ele diz ser de Paulo o ameaçando. Ele dizia para o namorado não procurar mais a vítima, que ela já tinha um companheiro e para ele não interferir na relação deles, considerando que a relação continuava. Que tinha terminado, mas estavam voltando tudo ao normal", contou Luana.
Ameaças e Carta
Familiares e o próprio namorado da vítima relataram à polícia as queixas da vítima com relação a agressões que sofreu na época do namoro com Paulo e o medo que a mesma nutria do acusado.
Ela nunca formalizou boletim de ocorrência. Mas sempre relatava a familiares e que tinha medo dele. O atual namorado da vítima disse à mesma que procurasse a polícia. "Ela contava sim a família sobre muitas agressões e dizia que tinha medo dele. Até o atual namorado dela disse para procurar a delegacia em razão de um suposto cárcere privado que ela sofreu", disse Luana Alves.
Após cometer o crime, o acusado jogou o corpo de Aretha na avenida Maranhão e voltou para casa. Lá, escreveu uma carta e depois se refugiou em um local não divulgado pela polícia.
Nessa carta, ele fala realmente como se o relacionamento com Aretha continuasse e demonstra insatisfação. "Depois da morte ele foi pra casa sozinho e escreveu essa carta onde diz que estava insatisfeito com o comportamento dela, se sentindo 'trouxa'. Mas ele não explica direito", conta.
Flash de Érica Paz (Especial para o Cidadeverde.com)
[email protected]