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Para pagar dívida com Israel, seleção argentina vende acesso para TV

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ALEX SABINO
MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS)

A AFA (Associação de Futebol Argentino) terá de devolver US$ 2 milhões (R$ 7,6 milhões) para o governo israelense. A entidade havia recebido por antecipação o cachê pelo amistoso com o Israel, que foi cancelado. Mas achou outra fonte de receita. Pelo mesmo valor, os dirigentes venderam a exclusividade de imagens dos bastidores da seleção durante a Copa do Mundo na Rússia.

A TNT Sports, empresa de canal a cabo do país, que pertence ao grupo Turner, pagou para ser a única a poder filmar dentro da concentração da equipe em Bronnitsi (55 km de Moscou).

A ideia era que a emissora também tivesse exclusividade de entrevistas individuais com os jogadores, mas isso causaria descontentamento nos outros concorrentes, que costumam ter boa relação com a entidade e se acostumaram, em Mundiais passados, a conseguirem falar com os atletas fora do horário de treinamento.

Segundo o presidente da entidade, Claudio Tapia, a AFA necessita do dinheiro para balançar o caixa da entidade. Isso apenas se tornou pior após o cancelamento do amistoso com Israel, que não aconteceu porque os jogadores disseram ao cartola não desejarem viajar. Havia ameaças à equipe e protestos de simpatizantes da causa palestina.

Para reformar o centro de treinamento de Bronnitsi, onde será a concentração do time, a AFA usou dinheiro recebido da Fifa. Cerca de US$ 1 milhão (R$ 3,8 milhões).

A AFA tem severos problemas de caixa desde a morte de Julio Grondona, em julho de 2014. Ele foi o presidente de 1979 até o fim da vida. Funcionários da AFA estavam com salários atrasados e integrantes da comissão técnica de Gerardo Martino, que deixou a seleção após a Copa América Centenário, em 2016, entraram na Justiça contra a entidade.

O material da TNT terá maior ou menor relevância dependendo da campanha da seleção. Especialmente as imagens de Messi fora de campo, que não costumam acontecer.

 

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