O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (11) que ele não espera grandes resultados do encontro do G20 em Washington, que será realizado no próximo fim de semana, para discutir a crise financeira global.
"Será o primeiro encontro, é o começo, um início promissor", disse Lula, acrescentando que ele recebeu com satisfação o fato de o G20 estar, aparentemente, assumindo o lugar do G8 como o principal fórum para tratar da crise.
Após o encontro com sindicalistas, o presidente se encontrou com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e com jogadores brasileiros do Milan. Estavam presentes os jogadores Kaká, Dida, Ronaldinho Gaúcho, Pato e Emerson, além do ex-jogador e dirigente do Milan, Leonardo.
O presidente disse que a situação do Brasil é "razoável" diante da crise financeira internacional. Ele garantiu que o governo brasileiro continuará investindo.
"No Brasil nós temos obras de infra-estrutura, no valor de R$ 210 bilhões e não vamos parar nenhuma obra, pois achamos que é o momento do mercado interno."
Lula destacou que está fazendo todo esforço para que a crise não atinja os pobres, mas admite que essa é uma tarefa difícil, porque em um primeiro momento existe a "crise do medo", que faz o empresário não investir, o banco não emprestar e o trabalhador não comprar.
Segundo informações da Agência Brasil, o presidente falou para uma platéia de mais de mil pessoas e reencontrou amigos do período em que foi líder sindical.
Alguns relembraram o apoio dos sindicatos italianos à estruturação do movimento no Brasil em momentos considerados marcantes, como o primeiro encontro de Lula com o polonês Lech Walesa. Fundador do Solidariedade, uma das principais entidades sindicais do Leste Europeu, Walesa chegou à Presidência de seu país em 1990.
Ainda de acordo com a agência, Lula quebrou o protocolo e cumprimentou muitas pessoas na saída do evento.
Na segunda (10), o presidente pediu uma nova ordem econômica mundial mais "humana" e afirmou que só com vontade política é possível acabar com a crise financeira mundial.