Diretores do Sindicato dos Bancários do Piauí se posicionaram nesta terça-feira (11) contrários à permanência da chave da agência em poder do gerente. Para a categoria, esse é o fator que permite ainda a prática do "Sapatinho", como ficou conhecido oroubo de bancos após tomar a família do bancário como refém na noite anterior. Para sindicalistas, se o assalto ao Banco do Estado do Piauí não podia ser evitado, o trauma à família do bancário jamais existiria com a medida.

 

A vítima desta terça-feira foi Antônio Lira Neto, que dedicou 35 dos seus 54 anos à profissão. Perto da aposentadoria, ele foi mantido como refém na Pedra Mole, zona leste da capital, durante toda a noite de segunda-feira, e trazido para a agência do BEP no Centro da capital, de onde os bandidos levaram R$ 1 milhão hoje. A polícia ainda investiga o caso e procura pelos foragidos.

 

Para Carlos Arrais, diretor do Sindicato, as chaves da agência em poder dos gerentes facilitam esse tipo de crime. "A gente sempre foi contra. O bancário não deve ficar com o pertence do banco. Isso deve ser transportado por uma agência de valores", disse o sindicalista.

 

Ele lembrou do caso do início do ano, quando uma gerente do Bradesco da avenida João XXIII passou pelo mesmo trauma de ser mantida refém com toda a família. O Sindicato reclama que, sem maior motivo aparente, ela foi demitida seis meses depois.