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Para Lula, venda de banco não favorece Serra nas eleições

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou, nesta sexta-feira (21), a tese de que a venda da Nossa Caixa, banco que pertencia ao governo de São Paulo, para o Banco do Brasil (controlado pela União) favoreça uma eventual candidatura do governador paulista, José Serra (PSDB), à Presidência da República em 2010.

“O Banco do Brasil não tomou uma posição político-ideológica. O Banco do Brasil fez um negócio que interessava a ele e interessava a Nossa Caixa. Eu acho que quem ganha com isso vai ser o Brasil. Vamos ter um banco público mais sólido, mais competitivo, com muito mais agências e muito mais dinheiro para a gente poder irrigar o crédito no Brasil. O que querem mais do que isso?”, disse Lula em entrevista após o encerramento da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em São Paulo.
 

O governador José Serra afirmou que o valor será em infra-estrutura e no atendimento à área social. “O argumento que existia era que eu estaria dando R$ 6 bilhões para o governador Serra, que é o suposto candidato em 2010. Ora, o presidente da República não pode agir com mesquinharia quando se trata dos interesses do país e do povo de São Paulo.” A Nossa Caixa foi vendida por R$ 5,38 bilhões para o Banco do Brasil na quinta-feira.

O presidente lembrou que a fusão entre Itaú e Unibanco criou o maior grupo bancário do país. “Adquirir a Nossa Caixa o transformou [o Banco do Brasil], mais uma vez, no banco mais importante do Brasil e, o mais importante, o Banco do Brasil, que era frágil em São Paulo, passa a ser um banco muito importante no estado, o que não é pouca coisa.”

Biocombustível

Lula disse que o encontro realizado em São Paulo elevou o patamar da discussão sobre os biocombustíveis e que pretende intensificar os debates no âmbito internacional para acabar com as tarifas sobre o etanol. “É muito engraçado. O mundo assinou o protocolo de Kyoto, todo mundo quer reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa, entretanto eles não cobram nenhuma tarifa sobre o petróleo para importar. E, no etanol, eles colocam uma tarifa muito alta, o que é um contra-senso para o mundo”, afirmou.

Questionado sobre a expectativa do Brasil em relação à posição dos Estados Unidos com a eleição de Barak Obama para a presidência, Lula disse esperar que a posse do novo líder norte-americano permita que os EUA olhem para o etanol e para a cana-de-açúcar brasileira “com olhos mais apaixonados”.

‘Política de solidariedade’

Assim como já havia feito durante discurso de encerramento da conferência, em que defendeu uma política de solidariedade entre os países, o presidente Lula voltou a argumentar, durante a entrevista coletiva concedida à imprensa, que é importante que os países façam parcerias. Essas parceiras, segundo o presidente, beneficiariam os países europeus em suas políticas de combate à imigração ilegal.

Lula defendeu que o Brasil leve tecnologia para os países africanos para gerar emprego e distribuição de renda no continente. “A melhor forma de reduzir a imigração é a gente criar condições de as pessoas viverem no seu país.”
 
Fonte: G1
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