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Em transmissão do hospital, Bolsonaro chora e diz que PT quer fraudar eleição

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Reprodução/Facebook

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Quando o filho, Eduardo Bolsonaro, girou a câmera e a posicionou para que Jair Bolsonaro (PSL) pudesse falar ao vivo de seu leito no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o Facebook registrava pouco mais de 80 mil pessoas assistindo, neste domingo (16), ao pronunciamento do presidenciável, vítima de uma facada em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro.

Em segundos, o número foi se multiplicando, com picos de mais de 250 mil espectadores ao longo de 20 minutos de transmissão ao vivo.

Falando pausadamente e chorando em alguns momentos, Bolsonaro agradeceu os médicos, à família e, sobretudo, tratou do processo eleitoral.

Sugeriu a possibilidade de fraude nos resultados das urnas como parte de um plano para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possa deixar a prisão, onde está desde abril.

"O que está em jogo no momento é o futuro de todos vocês. Até o futuro de você que apoia o PT –você é um ser humano também", afirmou o presidenciável, que então começou a tratar do que chamou como o "jogo de poder" e o "domínio de uma nação".

"Você aceitaria passivamente, bovinamente, ir para a cadeia? Você não tentaria uma fuga? Bem, se você não tentou fugir, com tudo ao teu lado, é obviamente porque você tem um plano B. Qual é o plano B desse presidiário? Desse homem pobre, lá atrás, que roubou todas as nossas esperanças? Não consigo pensar em outra coisa a não ser o plano B se materializar numa fraude", disse.

Minutos depois, Bolsonaro afirmou que Fernando Haddad, o candidato do PT, se eleito, "assina no mesmo minuto da posse o indulto do Lula", a quem o adversário nomearia para assumir a Casa Civil. O capitão reformado passou, então, a fazer uma ampla defesa do voto impresso, cuja obrigatoriedade foi rejeitada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), para evitar fraudes nos resultados das eleições.

Não é a primeira vez que o presidenciável do PSL coloca o processo eleitoral sob suspeição. "As eleições, de qualquer forma, estão sob suspeição", disse em julho, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Na transmissão, o presidenciável também mostrou descrença no resultado das pesquisas eleitorais.

"Pinta nova pesquisa do Datafolha, pelo amor de Deus. O dono do Datafolha discutindo a sua pesquisa na Globonews, a narrativa agora é que eu perderei para qualquer um no segundo turno", afirmou o candidato, que voltou a dizer que a possibilidade de "fraude no segundo turno, talvez até no primeiro, é concreta".

"Se essas fraudes fizessem presidente, nessa tese minha, acabou a democracia", disse.

Dirigindo-se à imprensa ("ninguém mais do que eu tem consideração para com vocês"), que costuma criticar e dizer que publica mentiras a seu respeito, Bolsonaro recomendou a leitura de documentos partidários do PT que tratam de propostas para o controle social da mídia.

"O PT não esconde o que faz mais. Por favor, leiam dois documentos apenas: o primeiro, o caderno de tese do PT de 2015. Depois, o outro documento, a análise da conjuntura de 2016", afirmou.

"Se vocês lerem com atenção esses documentos, entre outras barbaridades, vocês vão ver lá claramente escrito que o PT vai buscar, sim, o controle social da mídia. Vocês vão perder a liberdade. Sei que nem todos têm hoje em dia, quem tem alguma vai perder completamente."

Segundo informou em suas redes sociais, o candidato foi autorizado pelos médicos a fazer o pronunciamento ao vivo. 

Bolsonaro está hospitalizado no Hospital Albert Einstein desde 7 de setembro. No mesmo dia, seguinte à facada, ele apareceu falando um vídeo gravado no hospital, divulgado pelo senador Magno Malta (PR-ES), um de seus aliados mais próximos, que então o visitou.

Desta vez, chorou ao relembrar o ataque e a cirurgia de emergência a que foi submetido ainda em Juiz de Fora.

O candidato deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neste domingo (16) e se recupera bem, segundo boletins divulgados pelo Einstein. Ele foi submetido a uma segunda cirurgia na última quarta-feira (12).

O filho Carlos Bolsonaro publicou, mais cedo, um vídeo em que ele aparece caminhando, com apoio, pelos corredores do hospital.

No Facebook, Bolsonaro disse que espera receber alta e voltar para casa em uma semana, "se Deus quiser".

Caso suas previsões se concretizem, afirmou que passará a fazer transmissões ao vivo todas as noites, durante o horário eleitoral.

"Dá para nós, juntos, salvarmos o Brasil. Nós não podemos continuar flertando com a Venezuela. Olha o que está acontecendo com aquele povo, aquele povo é vítima do regime apoiado pelo PT, pelo PC do B e pelo PSOL", afirmou.

 

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