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Projeto do Senado quer garantir qualificação de jovens órfãos para o mercado de trabalho

Quase 48 mil menores vivem em abrigos e orfanatos no Brasil. No Piauí, são 406 crianças e adolescentes distribuídos entre as 13 entidades de acolhimento, sete das quais estão em Teresina.  Os dados, de 2018, são do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).  Alguns desses menores estão nessas instituições temporariamente, outros ficarão até atingirem a maioridade porque não possuem o perfil que os adotantes comumente buscam, que é o da criança branca com até 3 anos de idade.

Um projeto apresentado pelo senador Ciro Nogueira (Progressistas) promete ajudar a mudar a realidade desses jovens. O PLS 190/2017, que prevê garantia de qualificação profissional ao adolescente que vive em abrigos sob a proteção do Estado. Segundo a proposta, a partir dos 14 anos, esses jovens tenham vagas prioritárias e desfrutem de cotas especificas nos cursos profissionalizantes do programa Jovem Aprendiz no Senac e no Pronatec.

Segundo a coordenadora do Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção do Piauí (CRIA), Francimélia Nogueira, a iniciativa é muito oportuna, pois vai proporcionar a esses menores uma chance de se qualificar para o mercado de trabalho. “O projeto cria uma alternativa de formação profissional que vai permitir mais engajamento social e segurança financeira aos que saem dos abrigos”. Para a coordenadora, conforme as crianças vão crescendo, elas precisam ser preparadas para a vida autônoma. Ela explica que as vagas em cursos profissionalizantes, estágios ou de jovem aprendiz nunca são suficientes para todos.

“Não há muitas oportunidades e nos cursos oferecidos pelo governo, como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego , o Pronatec, o nível de exigência escolar limita a entrada daqueles que tem atraso na aprendizagem, que é o caso de muitos adolescentes que vivem nos abrigos”, ressalta.

Ciro destaca que a proposta é uma forma de garantir que esses jovens, até completar 18 anos, possam se qualificar e ter mais condições de competir por uma vaga de trabalho. “São milhares de adolescentes que chegam à maioridade sem suporte emocional e financeiro. Esses jovens precisam de ajuda para seguir em frente e é esse o nosso objetivo”, afirma.

Da Redação
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