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No Piauí para lançar livro, Zé Dirceu critica politização do judiciário

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No Piauí para lançar seu livro de memórias, o ex-ministro José Dirceu se declarou inocente das acusações que o mantiveram preso por duas vezes e ainda fez críticas ao poder judiciário, que segundo ele “cometeu erros” ao mantê-lo preso. 

“No meu caso errou. A lava jato se transformou nisso que nós vemos hoje, passou a fazer condução coercitiva ilegal. Cumpri a minha pena mesmo sendo inocente no mensalão – como estava cumprindo ilegalmente na lava jato”, afirmou José Dirceu.

Preso três vezes - uma pelo mensalão, condenação pela qual recebeu indulto, e duas pela Lava Jato - o ex-ministro afirma estar “sempre preparado para o pior”, embora acredite que não voltará à cadeia novamente. O primeiro volume do livro – que vendeu 25.000 exemplares e está na segunda impressão – foi escrito durante os quase dois anos e meio em que o fundador do PT esteve detido, no total, entre os processos no âmbito do mensalão e da Lava Jato

“Quando da minha segunda prisão em agosto de 2015,  eu fui preso em 2013 no que chamam de mensalão e de novo em 2015 na Lava Jato, eu tenho uma filha que tinha três anos e depois cinco e queria que ela conhecesse a minha história por mim”, completa.

Em entrevista ao Jornal do Piauí desta quinta-feira (27), Dirceu afirma ainda que a prisão do ex-presidente Lula é uma "infâmia constitucional".

“O Lula não é dono do apartamento como é que ele pode estar condenado por isso. Como é que o apartamento é do Lula. O apartamento é comprovadamente da OS. Erros todos nós cometemos mas a trajetória do PT é hesitosa, senão Lula não seria eleito no primeiro turno, não fosse a infâmia constitucional que cometeram”, declarou.

Resgate histórico

Em seu livro  Zé Dirceu – Memórias volume 1, o ex-ministro faz um resgate histórico do Brasil e resume a situação social cultural de cada época, desde sua passagem em Cuba, onde chegou a treinar em guerrilhas,  aos governos de Lula, em uma tentativa de apontar rumos para o futuro.

“Eu procurei mostrar como era o Brasil na minha infância. Como era o Brasil quando eu cheguei em SP em 61, como era o Brasil depois do golpe. Como surgiu a anistia, a luta pela constituinte, quem foi o Collor e quem era o Brasil, social e cultural de cada etapa. Minha clandestinidade, meu treinamento em Cuba, os governos de Lula e uma tentativa de apontar rumos pro futuro”, pontuou.

 

Rayldo Pereira
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