De acordo com a “Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 1980 a 2050”, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE, a queda significativa dos níveis de fecundidade ao longo dos anos fez com que a taxa de crescimento da população passasse de 3,1%, no período entre 1950 e1960, para 1,05% ao ano, em 2008. Em 2050, segundo o instituto, esse índice poderá ficar em -0,291%.
Para se ter uma idéia, de acordo com o instituto, se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível da década de 1950, em 2008 teríamos aproximadamente 105 milhões de habitantes a mais – hoje esse número está em 189,6 milhões.
Enquanto cai o número de nascimentos, o brasileiro vive mais. Se em 1940 a vida média do brasileiro mal atingia os 50 anos de idade, segundo o IBGE, hoje esse indicador está em 72,78 anos. De acordo com a projeção, o Brasil continuará galgando anos na vida média de sua população, alcançando, em 2050, o patamar de 81,29 anos, mesmo nível atual da Islândia (81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60).
Mudanças na Previdência
Em 2008, enquanto as crianças de 0 a 14 anos de idade correspondiam a 26,47% da população total, o contingente com 65 anos ou mais de idade representava 6,53%. Em 2050, o primeiro grupo representará 13,15%, ao passo que a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total. Cenário que, de acordo com o IBGE, sugere reestruturações no mercado de trabalho e nos sistemas público e privado de saúde, assim como na Previdência Social, que passaria a ter menos pessoas contribuindo e mais idosos recebendo aposentadoria.
Taxa de mortalidade infantil cai
A projeção revela ainda que a taxa de mortalidade infantil vem declinando no Brasil. Ainda há, no entanto, uma longa estrada pela frente, segundo o IBGE: essa taxa está estimada 23,30 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, em 2008.
Ainda é considerada alta se comparada com os indicadores de países vizinhos para o período 2005-2010, como 13,40 por mil, na Argentina; 7,20 por mil, no Chile; e 13,10 por mil, no Uruguai. A previsão do IBGE é de que o país poderá reduzir sua mortalidade infantil para 18,2 por mil até 2015.
Mais mulheres do que homens
Já as mortes prematuras de jovens por violência, principalmente entre homens de 20 a 24 anos, estariam se elevando ao longo dos anos. Como conseqüência, segundo o IBGE, a tendência é que haja cada vez mais mulheres do que homens.
Segundo os dados do instituto, em 1980, para cada grupo de cem mulheres, havia 98,7 homens. Em 2000, já se observavam 97 homens para cada cem mulheres e, em 2050, estima-se que essa relação fique por volta de 94. Com isso, o excedente feminino na população total, que em 2000 era de 2,5 milhões de mulheres, pode atingir quase 7 milhões em 2050.
Fonte: G1