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A morte interrompeu a ascenção de Cesarino no futebol brasileiro

Assim como comentei no rádio e na TV, conheci Cesarino Oliveira jogando futebol de salão, inclusive pela Seleção Piauiense, e no futebol amador. Foi um dos destaques do time da Prefeitura de Teresina na disputa do antigo Campeonato dos Funcionários Públicos. E fomos seguindo o mesmo destino, embora por caminhos diferentes. 

 

Foto: Wilson Filho/Cidadeverde.com

Eu ingressei na comunicação esportiva e o amigo seguiu a carreira de professor de educação física, técnico e dirigente. Conquistou o inédito título de campeão piauiense pelo Auto Esporte em 1983 e o vice-campeonato brasileiro pela Seleção Piauiense em 1981. Chegou a Presidente do Piauí Esporte Clube e a Presidente da FAGEP, órgão que comandava o esporte piauiense, no segundo governo Alberto Silva.

Nos anos mais recentes Cesarino Oliveira assumiu a presidência da Federação de Futebol do Piauí e logo depois renovou o mandato. E já havia conquistado um terceiro mandato para início em janeiro do próximo ano. Durante os anos em que esteve à frente da FFP destaco:

- Renovou toda a estrutura física e administrativa da entidade; realizou em alto nível lançamentos da temporada esportiva; realizou um notável evento de homenagens a personalidades do futebol piauiense; movimentou as categorias de base com os campeonatos sub-11, sub-17 e sub-20 e o futebol feminino.

Cesarino revelava em nossas conversas uma certa frustração por não ter o futebol profissional no nível que desejava. Conseguiu colocar nossos clubes na Copa do Nordeste, através de uma ação conjunta com a Federação Maranhense. Passou de um para dois os nossos representantes na Copa São Paulo, mas não conseguiu melhorar a nossa presença no ranking do futebol nacional. 

E não conseguiu porque não tivemos dirigentes realmente voltados para o engrandecimento de nossas agremiações. Um pequeno grupo vendeu os patrimônios de Flamengo, Piauí e River, tudo de maneira irregular, contribuindo para o descrédito perante os torcedores. Os representantes da capital passaram a ter desempenhos medíocres no Campeonato Estadual e ficando fora do calendário nacional.

Os poderes públicos estadual e municipal abandoram os estádios Albertão e Lindolfo Monteiro, dificultando ainda mais o cumprimento do calendário anual da FFP. Ainda assim, Cesarino buscava patronícios públicos e privados que aliviavam em alguns pontos as despesas de realização do Campeonato Estadual, pouco atrativo para o público em face do desempenho dos seus clubes.

Cesarino Oliveira conquistou a confiança do alto comando da CBF, passando a ter participação na administração do futebol nacional, postos antes  alcançados pelo Cel. Renato de Sousa Lopes e principalmente por Alfredo Nunes.

Recebi a notícia da morte de Cesarino Oliveira com imensa tristeza e chocado mesmo. Em nenhum momento cheguei a admitir que tal pudesse acontecer. Com o fato consumado, resta ficar aliado à família e ao mundo esportivo piauiense no sentimento de pesar.

E manifestar as esperanças de que os seus companheiros de todas as horas como Robert Brow, Jaime Oliveira, Ánderson e Daniel Araújo levem em frente os seus projetos no comando da Federação de Futebol do Piauí.

Dídimo de Castro
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