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Odair completa um ano de Inter após contrato simples e mudança radical

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Foto: Ricardo Duarte/Internacional

Odair Hellmann completa nesta segunda-feira (12) um ano à frente do Internacional. A presença do treinador no cargo simboliza bastante coisa.
Interino no final de 2017 e efetivado após a diretoria não conseguir os nomes desejados no mercado, o ex-volante injetou alegria no dia a dia do time e teve adesão total do elenco para mudar a ideia de jogo durante este ano.

Até o final do Brasileiro, Hellmann chegará a marca de 60 jogos como treinador do Inter. Neste momento, ele tem 62,4% de aproveitamento e o time está virtualmente classificado à Libertadores de 2019. Um cenário que nem os mais otimistas colorados sonhavam em janeiro.

Odair substituiu Guto Ferreira nas últimas três rodadas da Série B do ano passado e agradou. Foi efetivado minutos depois da vitória em cima do Guarani, em Porto Alegre, no dia 25 de novembro de 2017. Dias antes, treinou o Internacional também diante de Oeste e Goiás.

Pesou na decisão da diretoria: a relação de Hellmann com os jogadores, a amostragem do método de trabalho e as negativas de Abel Braga.

"Ajudou muito a situação de eu estar no clube, ser auxiliar, ter o respeito de todos. Mas quando você sai de uma posição de auxiliar e vira treinador, mudam completamente as relações. Mudam. Eu continuo o mesmo como pessoa e profissional. Só que é você quem toma a decisão. E quem toma decisões, agrada ou desagrada. E isso pode interferir no processo de relação com as pessoas", disse Odair.

"Quando eu era auxiliar, não era eu quem decidia. Eu poderia até ter a mesma opinião do treinador, mas o jogador não sabia, ele sabia que o treinador decidia. E a relação com o jogador tem que ser embasada na verdade, na lealdade, no olho no olho. Você toma decisões a todo momento, o tempo todo. E sempre tem um posterior. Todas as decisões que tomamos, e foram difíceis, tivemos transparência, verdade com os jogadores", completou.

A promoção de auxiliar a treinador gerou situações inusitadas. Durante bons meses deste ano, Odair Hellmann seguiu com vínculo de funcionário do Inter. Ou seja, contrato via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Somente com a temporada em andamento é que o detalhe foi alterado para o padrão do mercado da bola. Com vínculo empregatício comum aos treinadores do futebol brasileiro.

Foi também durante o ano que o Inter decidiu jogar do jeito que joga agora. Durante o primeiro semestre, o time tentou atuar com a posse e criando a partir dos volantes.

Sem êxito, precisou de reunião geral entre jogadores e comissão técnica para migrar a um novo plano. Aos olhos do clube, a figura carismática de Odair foi vital no processo.

Também aconteceu na gestão Hellmann algo que era inimaginável no Beira-Rio moderno. D'Alessandro, ídolo e referência técnica, virou reserva justamente em um Gre-Nal e só voltou ao time quando da lesão de William Pottker.

Apesar do clima ótimo, Odair já correu risco de demissão. No Gauchão, ele balançou no cargo em meio aos clássicos contra o Grêmio e seguiu depois de comandar reação do time no terceiro Gre-Nal seguido.

A vitória por 2 a 0 não reverteu o confronto eliminatório, porém injetou ânimo. Em maio, outro duelo com a equipe de Renato Gaúcho foi chave. Com empate sem gols na Arena, a ideia de um time mais reativo ganhou corpo.

Outra chance de queda ocorreu quando da sequência de empates. A vitória em cima da Chapecoense, no Beira-Rio, sepultou qualquer risco de demissão e marcou nova arrancada dentro do Campeonato Brasileiro.

"Eu tenho 25 anos de futebol, 27... E 20 são dentro do Inter. Meu sangue, coração são vermelhos. Meus olhos são azuis, mas eles já são vermelhos. Tudo que eu tenho na vida, foi o Inter que me deu. Me deu oportunidade de ser jogador, e de me tornar treinador profissional", comentou Hellmann.

Após o Brasileiro, o Internacional deve apresentar proposta de renovação contratual a Odair Hellmann. O treinador deve seguir à frente do clube para disputa da temporada de 2019.

JEREMIAS WERNEK E MARINHO SALDANHA
UOL/FOLHAPRESS

 

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