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Transporte “ligeirinho” custa até R$ 10,00 e Strans alerta para os riscos

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No cruzamento das ruas Rui Barbosa e Lisandro Nogueira, no Centro de Teresina, centrais oferecem o serviço de transporte conhecido como “ligeirinho”. As centrais são equipes formadas por mulheres que anunciam os próximos destinos dos motoristas que participam do serviço. 

Os “ligeirinhos” e “rapidinhos” oferecem serviço de transporte individual por uma tarifa que varia de R$ 3,60 a R$ 10 e atuam em Teresina bem antes de aplicativos como a Uber e 99 pop. Os mais de 45 motoristas parceiros transportam passageiros em linhas Centro- bairros Zona Norte. 

O oferecimento do serviço é feito de boca a boca, sem uso de tecnologias. Os ligeirinhos não estão escondidos. Eles afirmam que querem ser legalizados e já deram entrada no processo de criação de cooperativa. 

“Somos pais e mães de família que querem trabalhar. Funcionamos há mais três anos oferecendo transporte em carros com documentação em dia, confortáveis e motoristas habilitados. Fora que o passageiros não vai precisar esperar horas por um ônibus lotado. Queremos falar com o prefeito e sermos legalizados”, afirma Maria Claudete Viana, uma das centrais da “ligeirinho”. 

Os motoristas fazem linha para os bairros São Joaquim, Santa Maria da Codipi, Alto Alegre, Mocambinho, Parque Brasil, Parque Alvorada, Matinha, dentre outros da zona Norte. Os passageiros que pagam R$ 5 são deixados na porta de casa. 

“É um serviço rápido, confortável e seguro. Uso há mais de um ano e nunca tive problema”, afirma a técnica em Enfermagem, Irene Sousa. 

Para tentar driblar fiscalizações, as equipes de centrais avisam aos motoristas sobre a presença de agentes de trânsito através de grupos de WhatsApp. 

“Temos que avisar porque tem muitas fiscalização. Eles [agentes] tratam a gente como bandidos”, afirma a centra Joana Darck. 

Fábio Nunes, um dos organizadores do “sistema” de transporte, reafirma que tem interesse em legalizar os serviços e que já deu entrada no processo para criar uma cooperativa. “Somos pais de família e a gente quer é trabalhar”, ressalta. 

Setut tem prejuízo 

O coordenador técnico do Sindicato das Empresas de Transporte (Setut), Vinícius Rufino, afirma que nos últimos três anos registrou queda de 22% na demanda de passageiros de ônibus coletivos. 

Vinícius Rufino ressalta que uma parte dessa queda foi provocada pelo surgimento de vários  transportes “clandestinos”, como Ligeirinho, Uber, 99.

A queda registrada foi de 1 milhão passagens/mês. O coordenador avisa que essa queda de demanda pode impactar um um aumento de tarifa. 

Fiscalização 

O coronel Jaime Oliveira, diretor de Operações e Fiscalizações da Strans, conta que a presença dos “ligeirinhos” é um problema no Centro de Teresina. 

O coronel ressalta que a modalidade é irregular e remete riscos aos passageiros porque não há como garantir se os motoristas são devidamente habilitados e não possuem antecedentes criminais. O diretor afirma que a presença dos ligeirinhos atrapalha a fluidez do trânsito e aumenta a possibilidade de acidentes no Centro da capital. 

De outubro de 2017 até agora a Strans apreendeu 625 veículos que faziam transporte irregular de passageiros. 

“É um trabalho incansável nosso. A gente põe equipes nas ruas, mas eles insistem nessa prática”, destaca o coronel. 

A multa para veículos que praticam transporte irregular é de R$ 1.080 para carro R$ 720 para moto, além da apreensão do veículo.


Graciane Sousa
[email protected]

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