Extinção de comarcas e judiciário em dois turnos marca debate da OAB

A aglutinação de comarcas no Piauí e o funcionamento do Judiciário em dois turnos marcaram o debate da OAB-PI realizado nesta quinta-feira (22) pela TV Cidade Verde. Logo no primeiro confronto do 4º bloco os temas começaram a ser discutidos. Georgia Nunes disse que a extinção das comarcas é um prejuízo para a advocacia, já Celso Barros defendeu uma revisão da medida por parte do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI).

"Essa medida tem que ser revista. O que está acontecendo é que as comarcas agregadas estão sendo abandonadas. Não está funcionando esse modelo. O TJ terá a mudança de sua gestão e creio que esse modelo de agregação de comarca deve ser revisto", disse Celso Barros.

Para Georgia Nunes, a atual gestão apoiou a agregação das comarcas sem ouvir a advocacia. "A atual gestão tomou a decisão de apoiar a medida sem ouvir a advocacia, com isso houve o fechamento de postos de trabalho. Vamos rediscutir e avaliar a situação das comarcas. Não podemos falar em agregação, são extinções", declarou.

Luccas Villa questionou Carlos Henrique sobre o funcionamento do judiciário em dois turnos, que criticou a medida do TJ. "O judiciário em dois turnos foi implementado de forma açodada. Na prática não está em funcionamento. Foi implantado de maneira eleitoreira. Vamos lutar pela criação de turmas recursais em Picos e Parnaíba", defendeu.

O advogado Luccas Villa discordou e disse que o funcionamento da justiça em dois turnos foi uma conquista. "Lutaremos pela nomeação de mais servidores. Hoje temos juízes em todas as comarcas e vamos continuar na defesa intransigente na defesa das prerrogativas", afirmou.

Os grandes escritórios e os advogados que exercem cargos públicos também foram temas de discussão. Celso Barros abordou Luccas Villa sobre o fato de um procurador do Estado ser presidente da OAB. "Apoiei um grande procurador do estado para a presidência e ele foi o maior presidente que a OAB já teve. Vivo dos meus honorários. O senhor vive em cargos comissionados. Quero gerir a OAB para os advogados", disparou.

Carlos Henrique criticou a chapa de Georgia Nunes sobre a presença de grandes escritórios, acirrando o debate. " Sua chapa, 20% dela está ligada a grandes escritórios de Teresina. A nossa sim representa a advocacia do Piauí. Essa sim representa. Também temos mulheres em nossa chapa e não apenas para cumprir o quórum", disse.

Georgia rebateu. "Precisamos deixar de falar de hipocrisia, de falar em grandes escritórios. Eu não tenho grande escritório, mas trabalho para isso", criticou.

O restante do bloco foi dedicado às considerações finais.