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Seleção de nado faz vaquinha para comprar maiôs para os Jogos Pan-Americanos

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Sem apoio financeiro do Comitê Olímpico do Brasil (COB) ou da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a equipe brasileira de nado artístico (antigo nado sincronizado) teve que apelar a uma vaquinha virtual para comprar os maiôs que elas usarão no Mundial de Esportes Aquáticos, na Coreia do Sul, e nos Jogos Pan-Americanos, no Peru.

Depois de contatado pela reportagem sobre a vaquinha, o COB disse que vai pagar pelos maiôs. E elas afirmaram que retirarão a campanha do ar.

A vaquinha foi publicada no site Kickante, na quarta (15), com a meta de arrecadar R$ 16 mil. Esse é o custo de comprar 20 maiôs, que custam cerca de R$ 800 e são feitos por um costureira de São Paulo.

"Nossos maiôs de competição são muito específicos e, infelizmente, não conseguimos nenhum patrocínio para custeá-los. Estamos em busca de mais uma medalha para o nosso país e precisamos muito da ajuda de todos", escreveram as atletas na vaquinha, publicada por Duda Micucci, que defendeu o Brasil na Rio-2016.

De acordo com as atletas, tradicionalmente é a CBDA quem paga pelos maiôs da seleção brasileira. Mas, desta vez, a confederação disse que não tinha dinheiro para isso. 

A entidade está sem patrocinador desde o fim do ano passado e também não recebe recursos da Lei Piva, porque está inadimplente com o Ministério do Esporte. Na prática, quem está pagando as contas dos esportes aquáticos é o COB.

O próprio comitê, porém, está incomodado com a gestão da CBDA, que vem sendo incapaz de reverter os problemas financeiros e administrativos. Na CBDA, a intervenção do COB é muito mais intensa do que em outras confederações na mesma situação.

De acordo com as atletas, a técnica e a supervisora da equipe haviam levado adiante o pedido por uniforme novo. "E o que nos foi dito como resposta é que não teria verba pra isso, que tentariam mas que o provável era não ter. 

E resolvemos parar de esperar e agir da nossa forma pra garantir nosso material de competição, já que só falta um mês", explicam as atletas, que tiveram autorização da supervisora para publicar a vaquinha, na falta de outra solução.

Depois que o problema veio a público, o COB resolveu ajudar. "Assim que o COB tomou conhecimento do problema da seleção brasileira de nado artístico na noite desta quarta-feira, se ofereceu para adquirir os uniformes de competição para os Jogos Pan-americanos Lima 2019", disse a entidade, em nota. Elas só foram informadas depois disso.

DEMÉTRIO VECCHIOLI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) 

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