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Gilberto Albuquerque assume HGV, elenca dificuldades e cita novas metas

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Fotos: Letícia Santos

O novo diretor geral do Hospital Getúlio Vargas (HGV), o médico Gilberto Albuquerque, em entrevista ao Cidadeverde.com, elencou os desafios e metas a serem cumpridos em sua gestão. Ele assumiu a direção do HGV na terça (21) e reconhece que a unidade possui por diversos problemas estruturais e de manutenção.

"O HGV é um hospital de 78 anos (de fundação). Tem problema estrutural, tem problema administrativo, tem problema de processo do trabalho, tem problema de todo jeito. Esse levantamento a gente já sabe e conhece porque somos do quadro há muitos anos", disse Albuquerque, que já atuava como médico cirurgião no local há, pelo menos, 15 anos.  

No momento, o novo diretor elencou como os três maiores problemas: o grande número de pacientes na fila da ortopedia, fila da vascular e fila da neurologia. O diretor disse que os mutirões de cirurgias já estavam sendo realizados e deverão ser intensificados. 

"Nós devemos estar equalizando a fila da neuro neste final de semana. Daqui a três meses nós queremos estar com todas essas filas do interior sob controle, com a demanda controlada". 

Nova Central

Com Gilberto Albuquerque, o HGV está com a meta de iniciar os estudos sobre a implantação da Central da Cardiovascular, que atenderá os casos de acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e de doença arterial obstrutiva periférica.   

"Há uma necessidade de muita rapidez para esses procedimentos. Abrir essa central é um dos nossos objetivos porque é uma das demandas que mais mata, e mata rápido no Piauí e no mundo inteiro.   Um dos problemas é que nós somos o único estado do Nordeste que não a possui", disse. 



Insumos e equipamentos 

Tornou-se recorrente as notícias envolvendo o cancelamento de cirurgias no HGV por falta de insumos médicos. Dr. Gilberto explica que o Piauí  e o Maranhão não produzem esses produtos, diferente de outros estados do Nordeste. 

"Então, nós não temos uma assistência técnica adequada porque o movimento é pouco e acaba não sendo interessante para grandes empresas da área, e os insumos das fábricas da região vêm de fora do estado.   Logo, nós temos o problema da compra, do fornecimento e da distribuição. Tudo isso são empecilhos para uma programação, além da questão do pagamento rotineiro dos fornecedores", esclareceu. 

A saída para resolver a questão da falta de insumo é "equalizar" esse problema logístico entre a falta de fornecedores e o pagamento dos mesmos. 

Sobre os equipamentos, Dr. Gilberto ressaltou que pregões deverão ser concluídos nos próximos seis meses. Isso possibilitará a renovação no parque tecnológico.  "Com isso, o HGV deverá ganhar muitos equipamentos novos.  Alguns, como as camas hospitalares, já chegaram". 

Pacientes e Mutirões

Segundo Gilberto Albuquerque, o HGV é referência para  outros 106 hospitais espalhados pelo interior do Piauí e há um entrave na hierarquização das redes. Isso gera  mais dificuldades ao HGV porque pacientes de menor gravidade vão parar na unidade porque não encontra resolutividade nos demais hospitais.

Para ele, essa situação sobrecarrega o HGV com procedimentos menores, que poderiam ser feitos em outros hospitais. "Isso acaba ocupando o espaço do HGV, que é para procedimentos de alta complexidade, e que o paciente não tem outra opção", disse. 



Transplantes 

A situação dos transplantes realizados pelo HGV também está sendo reavaliada pela nova direção.  Dr. Gilberto afirmou que os procedimentos deverão ser retomados nesta semana.

No momento, o HGV  realiza apenas os transplantes de córnea e de rim. A expectativa é que o hospital passe a realizar o transplante de fígado, pois muitos pacientes piauienses precisam viajar para outros estados, como o Ceará e São Paulo, para passar pelo procedimento.  

"Houve uma redução muito grande neste procedimento porque o transplante é um procedimento muito caro, requer muitos insumos e o SUS (Sistema Único de Saúde) não paga por ele 20% do que a gente gasta, o restante tem que ser pago pelo Tesouro Estadual". 

Residentes e Terceirizados

Sobre as pendências com o pagamentos dos terceirizados, o diretor comentou apenas que o assunto diz mais respeito ao Governo do Estado. No entanto, ele alerta que é preciso recursos para que se estabeleça uma rotina de pagamentos. Albuquerque disse ainda que a Fundação Hospitalar cumpre com a sua parte. 

Com relação ao residentes, após uma polêmica envolvendo a falta de pagamento das bolsas e o possível trancamento das residências no HGV, o diretor destacou que já está em andamento uma discussão sobre os recursos serem repassados diretamente do Estado aos residentes, não havendo mais a necessidade de interlocução da Universidade Estadual do Piauí, de onde os residentes são alunos. 

Nova missão 

Dr. Gilberto foi diretor geral do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) por 12 anos. Após esse período, o médico recebeu o convite para dirigir o HGV pelo presidente da Fundação Hospitalar do Piauí, Pablo Santos. 

"Existem algumas missões que as pessoas são pré-destinadas a aceitá-la. Sou médico cirurgião do Estado e da Prefeitura. Nós tivemos a oportunidade de dirigir o HUT por 12 anos. Isso nos credenciou numa certa experiência e resolutividade muito boa. Depois desse ciclo no HUT, agora temos o HGV. Não é uma tarefa fácil porque gerenciar um hospital é difícil, e as demandas aqui são grades", finalizou. 


Carlienne Carpaso
[email protected] 

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