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Pela terceira vez, médicos do Piauí suspendem atendimentos por três dias

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Foto: Ascom/Simepi

Os médicos realizam a partir desta quarta(05) a terceira paralisação seguida de atendimentos pelo estado. A suspensão se estende ainda pelos dias 06 e 07 de junho. Os profissionais decidiram o ato em assembleia no Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) na semana passada. Consultas e exames estão sendo reagendados pelos hospitais estaduais. Na paralisação da semana passada, cerca de 1.500 consultas e exames tiveram que ser remarcados.

Segundo o presidente do Simepi, Samuel Rêgo, afirma que as insatisfações, denúncias de falta de estrutura de trabalho e a omissão do governo motivaram a categoria a continuar com o movimento. 

“Esse silêncio do Estado é uma verdadeira omissão, o que piora a crise e o caos que se encontra a saúde. Nós temos propostas, mas infelizmente o Estado tem se posicionado com essa forma irresponsável. A categoria médica segue firme e unida na luta, pois o movimento não vai parar até que o governo entenda que precisa sentar e encontrar soluções para sair dessa crise”, comenta.

Lúcia Santos, diretora do Simepi e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), explica que o movimento é um grito de socorro da categoria. “A situação em que se encontra a saúde pública vem se arrastando e piorando ao longo dos anos. São estruturas físicas que colocam em risco os pacientes e nós médicos também, pois nossa profissão tem uma responsabilidade muito grande e isso vem sendo inviabilizado. O que a categoria vem pedindo é justo, pois são direitos, melhores condições de trabalho e o cumprimento da carreira médica”, explica.

 
Dr. Samuel Rêgo denuncia ainda a suposta inutilidade de centro cirúrgico no Hospital Getúlio Vargas

Profissionais estarão concentrados nesta quarta-feira, em frente ao Ambulatório Azul do Hospital Getúlio Vargas.

Hospital Getúlio Vargas

Em entrevista ao Notícia da Manhã, o diretor do HGV, Dr. Gilberto Albuquerque, disse que está em fase final de licitação a renovação de equipamentos do hospital.

"O HGV tem hoje, em processo de licitação, já na fase final, a renovação quase que completa do seu parque tecnológico, são em torno de R$ 15 milhões que serão investimentos muito em breve, na renovação quase total desses equipamentos de uso contínuo, principalmente do centro cirúrgico e setores de apoio", informou o diretor.  

Sobre a denúncia de que há um centro cirúrgico utilizado como depósito, feito pelo presidente do Simepi (vídeo acima), o Dr. Gilberto informou que todo centro cirúrgico possui uma sala para guardar equipamentos. "Todo centro já tem uma sala naturalmente onde se guardam os equipamentos, sejam os que estão sendo utilizados, em manutenção ou em processo de substituição. Como o centro cirúrgico do HGV é grande, ele tem mais de um espaço com essa finalidade e esses equipamentos fazem parte dessa renovação, que já está acontecendo", justifica o médico. 

Ele disse que a paralisação afeta apenas a parte ambulatorial do hospital e que a parte de internação segue as atividades normalmente. "Como fomos avisados previamente, os pacientes que tinham consultas agendadas, foram remarcadas automaticamente pela Central de Regulação".

"Nós temos duas entradas de pacientes para cirurgias: uma ambulatorial e outra que são de pacientes transferidos. Estes últimos, as cirurgias seguem normalmente. Com essa redução na entrada de pacientes do ambulatório, estamos intensificando as cirurgias dos pacientes internados e que vem de outras unidades de saúde", acrescentou.

 

Nota da Sesapi

Em nota, o governo do Estado informou que ainda não foi notificado oficialmente sobre uma possível paralisação dos médicos, mas disse que preza pelo diálogo em detrimento de medidas que possam ocasionar prejuízos à população. Portanto, espera poder dialogar com a categoria médica de forma responsável, buscando o equilíbrio entre o interesse dos servidores e o interesse de todos os piauienses.

Sobre a nota divulgada pela Secretaria de Saúde do Estado (SESAPI), Dra. Lúcia Santos comenta que não houve contrapartida do Estado em dialogar com a categoria. “Estamos à disposição para conversar, temos caminhos para isso e o nosso movimento é a única forma do Governo entender, quando não cumpre a sua função. Precisamos chamar a atenção da população e imprensa para o caos em que se encontra a saúde pública em nosso Estado”, enfatiza.
 

Caroline Oliveira
[email protected]

 

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