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Ex-Uber registra BO e diz que é vítima de fake news em suspeita de abuso

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Postagem que a vítima está compartilhando nas redes sociais para se defender 

O ex-Uber Manoel José Feitosa Neto foi surpreendido com uma postagem compartilhada nas redes sociais afirmando que ele teria abusado de uma passageira, trancando-a dentro do carro, mas que, por sorte, ela teria conseguido fugir e denunciado o caso. 

Desempregado, Manoel denunciou a postagem que, segundo ele, é falsa, ao 13º Distrito Policial, localizado na zona Sul de Teresina. Com o Boletim de Ocorrência, ele agora busca mais provas para que a Polícia Civil dê andamento a investigação. 

Ele quer saber de onde partiu essa "fake news" e processar criminalmente o autor ou a autora por calúnia e, civilmente, por danos morais. "Fui atrás e vi que não tem denuncia no meu nome. Quero saber quem fez isso e por qual motivo". 

Questionado sobre alguma motivação para a postagem, Manoel relatou ao Cidadeverde.com uma situação vivida enquanto fazia uma corrida, e que o levou a sair da plataforma da Uber. O caso ocorreu no dia 28 de março de 2019, ele se desligou voluntariamente do aplicativo no outro dia por questões de segurança. Ele trabalhou na Uber por apenas 13 dias. 

O possível caso motivador

"No dia 28 de março fiz uma corrida para três passageiras, com duas paradas: eu as peguei no Centro, na Rua Olavo Bilac;  deixei duas no Pirajá, a outra seria no Mocambinho. O GPS me deu um percurso estanho, que não conhecia, perguntei a essa moça se ela teria algum alternativo, mas ela me mandou seguir o GPS, e assim fiz", conta Manoel.

O ex-Uber relata que a percurso estranho era da Ponte do Poty Velho à Ponte do Mocambinho, era uma espécie de "periféria" e "visivelmente perigoso", segundo descreveu Manoel.

"Quando passei cerca de 1km da ponte, ela ficou me perguntando para onde eu a estava levando, e eu disse que para casa e que estava seguindo o GPS, mas ela começou a se desesperar mesmo eu falando que não iria fazer nada contra ela. A moça queria pular do carro em movimento, no meio da favela, então eu parei o carro e ela desceu gritando por socorro".

Com medo do que poderia ocorrer contra ele, Manoel decidiu sair do local. Ele afirma que do local foi direto para o 13º Distrito Policial, registrou o que ocorreu, e depois reportou o caso a Uber para evitar qualquer eventual problema. 


Foto: Herlon Moraes/cidadeverde.com

"Eu sai de lá mesmo preocupado com ela porque pensei que alguém poderia vir e me agredir achando que era ladrão ou sei lá. E também pensei que aquilo tudo dela poderia ser 'teatro' para alguém vir e roubar meu carro. Depois disso, vi que não dava mais pra continuar na Uber, era muito arriscado trabalhar assim", conta. 

Pai de família, Manoel recebeu o print por meio de um amigo e, depois, por outro, ou seja, a notícia está se espalhando rapidamente. Ele só teve acesso ao material há dois dias. 

Manoel ressaltou que agora acredita na investigação da Polícia Civil e espera que quem fez isso seja localizado e punido. Ele buscou a Delegacia de Crimes Virtuais, mas foi orientado a ir ao 13º Distrito Policial fazer a denuncia por calúnia. Agora, além do boletim de ocorrência do dia 28 de março, Manoel tem esse segundo por causa da postagem virtual. O primeiro boletim foi enviado a Uber na época do ocorrido 

"Eu estava até pensando em voltar a trabalhar na Uber porque continuo desempregado, mas, depois disso, não tem mais como porque alguém pode achar que sou estuprador ou algo do tipo, e eu não sou isso", lamenta Manoel. 

Manoel não tem acesso ao perfil da usuária que atendeu no dia 28 de março de 2019, e também não afirma que ela pode ter sido a autora da postagem. Ele lamenta que alguém se dê o trabalho de pegar a imagem de alguém e sair espalhando mentiras, em um crime tão sério, colocando a sua vida e a da sua família em risco.


Boletim de ocorrência registrado em março de 2019 (Foto: arquivo pessoal)


Carlienne Carpaso
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