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Maiores torcidas encolhem no ranking da Timemania de 2008

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Após nove meses, a Timemania não conquistou o torcedor brasileiro como se esperava. Apesar de estarem no topo das apostas entre os 80 clubes participantes, Flamengo e Corinthians têm percentuais na loteria bem abaixo do que são mostrados nas pesquisas das maiores torcidas do Brasil.



As últimas amostras foram realizadas no final de 2007. O Flamengo liderou as pesquisas da CNT/Sensus (14,4%), da Datafolha (17%) e do Ibope (18,1%), mas tem apenas 8,38% do total de apostas da Timemania. Com o Corinthians acontece o mesmo. Nas pesquisas, o clube paulista apareceu com 10,5%, 12% e 13,2% dos torcedores nacionais, respectivamente. Mas na loteria, o percentual do Timão é de 6,5% das apostas.

O São Paulo, que é o terceiro nas pesquisas das maiores torcidas, na loteria é superado pelo Palmeiras. O Verdão fechou o ano de 2008 com 5,03% das apostas contra 4,68% do Tricolor. Outro clube que decepcionou bastante foi o Vasco. Dono da quinta maior torcida do país com 6% da população, o time carioca aparece apenas em oitavo lugar na Timemania com 3,39% das apostas, atrás de Grêmio (4,17%), Santos (4%) e Internacional-RS (3,56%).

Entre os grandes clubes brasileiros, o Santos é o que apresenta os melhores números. Se o Peixe tem 2% da torcida nacional, na Timemania o clube paulista é dono de 4% das apostas.

A loteria também alimenta duas polêmicas que vêm crescendo nos últimos anos com os dados dos institutos de pesquisa. Assim como nas amostras do Ibope e da Datafolha, o Cruzeiro aparece à frente do Atlético-MG na Timemania. E no Rio de Janeiro, o Botafogo também supera o Fluminense.

O Bahia, que aparece em 13º lugar, é o melhor nordestino no ranking da Timemania. A disputa entre os dois principais clubes paranaenses é acirrada. O Atlético-PR está na frente do Coritiba por apenas 2.941 apostas. Em Santa Catarina, o Avaí supera o Figueirense por 6.772 apostas.

Por outro lado há também as surpresas. Clubes que superaram as expectativas. O maior exemplo é o Treze, da Paraíba, que não aparece nas pesquisas das maiores torcidas do Brasil, mas terminou o ano em 22º lugar no ranking da Timemania com 574.486 apostas (1,02% do total). O Fortaleza também está bem em 16º com 1,30% e supera outros clubes tradicionais como o Sport, o Santa Cruz, o Atlético-PR, o Coritiba e o rival Ceará.

O Londrina ficou em 23º no ranking com 510.142 apostas no total. Número bem superior ao do Paraná, apenas o 47º colocado com 378.217 apostadores. A torcida da Ponte Preta (0,86%) também vem sendo maior do que a do Guarani (0,76%). No Rio de Janeiro, o Bangu (0,69%) está à frente do América (0,59%).

Entre os 20 primeiros colocados na Timemania, há quatro clubes que não disputaram a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro em 2008: o Bahia (13º com 2,19% das apostas), o Vitória (14º com 1,48%), o Fortaleza (16º com 1,30%) e o Ceará (1,09%). O pior clube da Série A na Timemania foi a Portuguesa de Desportos, que ficou em 35º com 0,77% das apostas.

Dos R$ 106 milhões arrecadados com a Timemania até novembro de 2008, apenas R$ 23,3 milhões foram destinados ao pagamento das dividas dos clubes brasileiros. O valor é bem abaixo do que era estimado no início da loteria. O Flamengo, líder das apostas, previa receber R$ 500 mil mensais. Em março, no início da loteria, o clube atingiu cerca de R$ 155 mil, mas os valores foram caindo a cada mês. E chegou em novembro na casa dos R$ 80 mil.

Para o vice-presidente geral do Flamengo, Delair Dumbrosky, o baixo percentual do Rubro-negro em relação ao tamanho da torcida do clube está ligado ao fato de a loteria não ter conquistado o público brasileiro.

- Antes de a loteria ser lançada fizeram uma projeção pensando que em cada prêmio seria faturado R$ 9 milhões em apostas. E com isso foi feito um estudo em cima de quanto cada clube receberia. O Flamengo teria, por exemplo, 500 mil por mês. Mas a arrecadação terminou o ano com apenas R$ 1,7 milhão por concurso. A projeção foi malfeita. Mas a Timemania está no caminho, não é que ela não deu certo - disse Delair.

A Timemania foi criada para ajudar os clubes brasileiros a quitar suas dívidas com o INSS, o FGTS, a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Os dirigentes brasileiros já se movimentam para que uma medida provisória mude as regras da loteria.

Por enquanto, os clubes precisam pagar apenas R$ 50 mil caso o valor arrecadado não atinja o valor da parcela da dívida de cada clube. Mas isso mudaria a partir de 2010, o que faria com que os clubes com as maiores dívidas assumissem uma despesa mensal bem alta. O Flamengo, por exemplo, confessou uma dívida de R$ 163.781.497 com o Governo Federal. Os dirigentes querem que o prazo seja aumentado.

- Queremos continuar pagando R$ 50 mil até que uma solução seja encontrada. Estamos trabalhando para arrumar a casa. Os clubes não ficaram mais devendo porque têm a obrigação de pagar em dia os impostos. Isso aí já é um grande passo. O Governo não recebia - disse Delair em entrevista à Rádio Brasil.


Fonte: G1
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