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PF prende ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (26), em Brasília, o ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda (MDB) por suspeita de corrupção. O pai dele, José Edmar Brito Miranda, e o irmão Brito Miranda Júnior também foram detidos. Os três são alvos de mandados de prisão preventiva (sem prazo).

Marcelo Miranda foi preso no apartamento funcional de sua mulher, a deputada federal Dulce Miranda (MDB-TO). A PF informou que ela não é alvo desta investigação.

A PF disse, em nota, estimar que o grupo tenha causado prejuízos de cerca de R$ 300 milhões aos cofres públicos. O UOL ainda não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.

"Constatou-se que um núcleo familiar, composto por três pessoas influentes no meio político do Tocantins, sempre esteve no centro das investigações, com poderes suficientes para aparelhar o estado mediante a ocupação de cargos comissionados estratégicos para a atuação da organização criminosa", disse a PF.

Marcelo Miranda foi governador de Tocantins entre janeiro de 2003 e setembro de 2009, e, depois, de janeiro de 2015 até junho de 2018. Ele foi cassado no último ano por abuso de poder político e econômico, além de arrecadação e gastos ilícitos de recursos na campanha de 2014. Em seguida, foi realizada eleição suplementar no estado.

A PF informou que aproximadamente 70 policiais cumprem 11 mandados de busca e apreensão, além dos três de prisão preventiva. Todos foram expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas e são cumpridos nas cidades tocantinenses de Palmas, Tocantínia, Tupirama e Araguaína, além de Goiânia (GO), Santana do Araguaia (PA), Sapucaia (PA) e São Félix do Xingu (PA).

Chamada de 12º Trabalho de Hércules, a operação, segundo a PF, visa "desarticular uma organização criminosa suspeita de manter um sofisticado esquema para a prática constante e reiterada de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais".

A operação desta quinta é desdobramento de antigas, como a "Reis do Gado" (STJ, 2016), "Marcapasso" (4ª Vara Federal-TO, 2017), "Pontes de Papel" (STJ, 2017), "Convergência" (STJ, 2017) e "Lava-Jato" (STF, com delação firmada em 2017).

Em 2018, o juiz João Paulo Abe, da 4ª Vara Federal de Palmas, abriu uma ação penal contra Marcelo Miranda (MDB) no âmbito da Operação Reis do Gado, que mira crimes contra a administração pública.

De acordo com a PF, a ação desta quinta busca obter provas e "interromper a continuidade do crime de lavagem de dinheiro".

"Os investigados permanecem praticando atos de lavagem por meio de sofisticado esquema, utilizando-se de laranjas para dissimular a origem ilícita de bens móveis e imóveis, frutos de propinas em troca de favores a empresários dos diversos ramos de atividade que mantinham contratos com o poder público", afirma a nota.

 

Fonte: Folhapress

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