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Família do cabo Samuel desabafa: soltura de acusado reflete "descrença" na Justiça

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A família do cabo Samuel Borges classificou a soltura do policial militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho, acusado de matá-lo na frente do filho da vítima, como "revoltante". Ela, inclusive, teme pela própria segurança, com a liberdade do acusado. 

"Receber essa notícia é muito revoltante. Com certeza, o meu filho vai ficar triste, mais triste ainda.  Ele tirou a paz da gente; acabou com a paz da nossa família", disse a viúva Jaysse  Borges. 

A mãe de Samuel, Isabel Borges, diz que já se passaram nove meses desde a morte do seu filho e teme morosidade da Justiça para punir o culpado. "A descrença está aqui", desabafa ao relembrar das notícias envolvendo o policial com homicídios anteriores ao do cabo. 

O promotor de Justiça, Ubiraci Rocha, que acompanha o caso, mas, neste momento, passa por temporada de estudos na Alemanha, informou à TV Cidade Verde que o  Ministério Público do Piauí irá avaliar essa decisão: "se é possível ou se é procedente o recurso, que certamente o é, mas irá analisar se é interessante recorrer ou deixar que ele seja julgado de imediato pelo Tribunal Popular do Júri".

O Cidadeverde.com entrou em contato com a assistência da acusação, o advogado Walter Naftale relatou que irá recorrer da decisão da soltura independente do posicionamento do Ministério Público. O site tenta localizar a defesa do policial militar. Na oportunidade, afirma que o espaço está aberto para Defesa.  

A reportagem do Jornal do Piauí apurou que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o assassinato do cabo, encaminhou o processo envolvendo o policial militar para a Corregedoria da Polícia Militar do Maranhão. A corregedoria poderá expulsá-lo dos quadros. 

Soltura 

O juiz da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri,  Antônio Nolêtto, relaxou a prisão preventiva do policial militar do Maranhão, Francisco  Ribeiro dos Santos Filho. A decisão foi publicada nessa quinta-feira (10). Com a decisão, o acusado vai responder em liberdade enquanto aguarda o julgamento no Tribunal do Júri. A decisão levou em consideração que o acusado não responde a nenhuma outra ação penal, e seus antecedentes são "bons e primários". 

Após ser solto, o policial militar Francisco Ribeiro deverá cumprir as seguintes medidas cautelares:  não se ausentar temporariamente ou definitivamente do município de sua residência, sem a devida autorização; comparecer a todos os atos do processo para os quais for intimado; informar sobre eventual mudança de endereço e não praticar outras condutas delitivas.  O descumprimento fará Francisco retornar ao sistema prisional. 

A decisão reforçou que  "o acusado respondeu regularmente ao processo, participando, tempestivamente, de todos os atos processuais para os quais foi intimado, razão pela qual a instrução processual pôde ser concluída em tempo razoável". 
 

Carlienne Carpaso (com informações da TV Cidade Verde)
[email protected] 

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