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Ex-cabo da PM é condenado a 19 anos por morte de suspeito de roubo

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Fotos: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Atualizada às 22h01

O Conselho de Sentença do Tribunal Popular do Júri julgou, nesta sexta-feira (1º), o ex-cabo da Polícia Militar do Piauí, Fábio da Silva Santos, réu na morte de Eduardo Santos Oliveira da Silva, em 2015, na região da Santa Maria da Codipi, na zona Norte de Teresina. Ele, mais um agente penitenciário e um segurança são acusados de participação no crime. O ex-cabo foi condenado a 19 anos e cinco meses de prisão. 

A motivação do asssassinato teria sido o roubo na residência da companheira do agente penitenciário. Eduardo Santos foi preso dois dias após o roubo e morto horas após ser liberado da delegacia. De acordo com a denúncia do Ministério Público, durante a noite, ele teria sido sequestrado e em seguida executado. A morte foi presenciada pela namorada da vítima que presta depoimento como testemunha

A mulher - que não será identificada - conta que foi sequestrada, colocada em um carro e obrigada a indicar onde estava Eduardo. No trajeto, até a localização do alvo, ela relatou que foi espancada, agredida a coronhadas e também foi vítima de violência psicológica. 

"Me jogaram no carro, botaram a arma na minha barriga e disseram que era pra eu dar conta do Eduardo, se não iam me matar [...] fui forçada a dizer e quando ele me viu ensanguentada, entrou e fecharam a porta do carro com o pé dele do lado de fora. Nos levaram até na entrada de uma fazenda. Mandaram o Eduardo descer e correr e executaram. O Fábio [réu] ficou comigo, me segurando [...] depois me deram uma martelada, dois tiros e saíram", relatou a testemunha. 


Juiz Robledo Moraes Peres de Almeida preside o Conselho de Sentença

No interrogatório, ela disse ainda que após o crime, os acusados pediram socorro porque o carro em que estavam atolou. Por coincidência, uma viatura descaracterizada da PM auxiliou na retirada do veículo. 

"O caseiro da fazenda me socorreu. Eu vi a viatura chegando, mas fiquei com medo de falar e eles voltarem e me matar", disse a mulher que mostrou  as cicatrizes da agressão aos jurados. 

O advogado de defesa Auro Costa sustenta que o ex-cabo da PM esteve no local, mas não participou do assassinato. 

"Ele estava alcoolizado e pegou uma carona porque disseram que precisava pegar a peça de um carro. Quando ele acordou,  a situação já estava acontecendo e não teve como impedir", defende o advogado. 

O réu - que está em liberdade desde 2017 -  acompanha o interrogatório de cabeça baixa. 

O Conselho de Sentença é composto de sete homens. O promotor João Malato atua no caso.

Natália Ferreira, mãe da vitima, conta que o filho tinha problemas mentais e a crueldade com que ele foi morto revoltou a família. 

"Foi muita violência. Eles usaram de tortura como se fosse um animal, o modo como pegaram ele e a moça foi sacrificada também.  Meu filho levou nove tiros, além das marteladas. Ele tinha problemas mentais e era até aposentado. Foi muita maldade com ele e ela. Estamos revoltados. Ele fazia pequenos furtos, mas nunca agiu com violência. Pedimos por Justiça", disse a mãe da vítima que acompanha o julgamento juntamente com outros familiares.

Foto: Tiago Melo/ TV Cidade Verde

 

Graciane Sousa
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