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“Falha horrorosa e primária”, diz prefeito Firmino sobre leilão do pré-sal

Foto:Arquivo/CidadeVerde.com

O prefeito Firmino Filho (PSDB) fez críticas à condução dada pela equipe econômica do governo Bolsonaro ao leilão do excedente da cessão onerosa do pré-sal. Para Firmino, falhas levaram ao desinteresse das gigantes estrangeiras que exploram petróleo. 
 
A expectativa é que o lucro fosse de R$ 1 06,5 bilhões, mas o resultado final ficou bem abaixo em apenas R$ 69,96 bilhões. Os municípios e estados esperam a partilha desse recurso. Pela regra, eles devem receber 15% da divisão do dinheiro da cessão onerosa. 

Firmino Filho afirma que foi criada uma grande expectativa para estados e municípios, que não foi correspondida na realidade. Para ele, a falha foi “horrorosa e primária”. 

“O leilão não foi um fracasso total, mas foi muito abaixo da expectativa. Acredito que a condição do processo não foi apropriada. Ao final do processo as expectativas que existiram foram muito abaixo da arrecadação. A participação dos concorrentes foi restrita a Petrobras. Nenhum agente, multinacional, empresa de fora entrou. Isso com exceção dos chineses que se associaram à Petrobras de uma forma minoritária. Isso demonstra que não houve uma condução compatível com o mercado. Foi uma falha. Além disso, esse processo tinha muitas condicionantes que traziam muitas incertezas para os investidores externos. Essa história do petróleo do pré-sal tem que ser bem debatida. O Petróleo deixa cada vez mais de ter futuro. Cada vez mais a humanidade trabalha com energias renováveis, como solar e a eólica. O petróleo não tem futuro. Essas grandes jazidas com o tempo vão perder muito valor. É preciso um estudo mais detalhado. É um ponto falho da equipe econômica que é qualificada, tem confiança do mercado, mas na condução desses processos a equipe econômica falhou. Foi uma falha horrorosa, primária", disse.

O modelo de partilha adotado pelo governo brasileiro é apontado como o vilão que teria afastado as empresas estrangeiras. O prefeito Firmino avalia que independente se o modelo for partilha ou concessão, a forma de condução foi o principal motivo para o resultado abaixo do esperado. 

“Criaram uma expectativa não só para o Governo Federal, mas para estados, para municípios e para a sociedade. No final foi uma coisa muito tímida. Deve ser repensada a forma de encaminhamento para que possamos explorar essa riqueza enterrada. Não existe caminho único. Todos os modelos podem funcionar. São formas alternativas de se chegar no mesmo lugar. Não existe uma única forma de fazer o processo funcionar. O importante é fazer os investimentos e levar ao crescimento do Brasil”, afirmou.

Lídia Brito
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