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Pablo Henrique confessa que matou Vanessa e alega amnésia alcoólica

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Foto: Roberta Aline

Em interrogatório na 1ª vara do Tribunal do Júri, o empresário Pablo Henrique Santos - acusado de matar a enfermeira Vanessa Carvalho e tentar assassinar a ex-namorada Anuxa Alencar - afirmou que teve amnésia alcoólica no dia do atropelamento das jovens e que só teve consciência após o ocorrido, quando preso e levado à Central de Flagrantes de Teresina. 

O depoimento do acusado iniciou às 13h06 desta sexta (22) durante audiência de instrução e julgamento no Fórum Criminal. Aparentemente mais magro e com corte de cabelo curto, o réu estava sem algemas mas acompanhado por dois agentes penitenciários. 

Pablo Santos deu detalhes dos preparativos do casal para ir a festa de casamento no dia do crime. O acusado relatou que ingeriu bastante bebida alcoólica, incluindo whisky e champagne. Um dos momentos que ele diz recordar é o da ex-namorada dançando com um terceiro. 

"Eu só me recordo que estava muito embriagado, e olhei e vi Anuxa dançando perto do cantor. Daí eu fiquei bebendo e aí eu tomei mais umas seis a sete doses, e aí não lembro mais de nada. Só vim estar em si quando cheguei na Central de Flagrantes e uma pessoa me disse que eu tinha acabado de matar uma pessoa", disse Pablo em depoimento. 

O acusado negou ter tido ciúme doentio. "Tive ciúme, mas não para enlouquecer. Se eu tivesse com ciúme doentio eu teria ido arrancar ela dele, mas eu permaneci na mesa", disse. 

Em seguida, Pablo reafirmou sua confissão e seu estadod e embriaguez, não sabendo informar quantas doses ingeriu no total. "Não é querendo fugir do acontecimento. Hoje tenho a plena ciência que fui o causador disso tudo. Mas, do dia, eu não me lembro". 

Ele relatou ser diabético e ter tido casos anteriores de amnésia alcoólica.

Pais de Pablo

A mãe e o pai de Pablo foram as testemunhas de defesa. A mãe, Jaqueline Campos, conta que seu filho "querido e amado" chegou em casa e pediu para avisar Anuxa que já estava na residência dos pais.

A mãe contou que Pablo chegou em casa embriagado e sua preocupação no momento foi cuidar dele.  Pablo foi  preso dentro do quarto.

A mãe acredita que o filho não sabia que tinha atropelado Anuxa e Vanessa. O pai contou que Pablo chegou em casa, fumou um cigarro e foi dormir com a ajuda da mãe. 

Jaqueline confirmou que o filho "só ficava agressivo com as namoradas quando bebia".

Convívio com Anuxa

No depoimento, Pablo Henrique contou que a relação com a ex-namorada era tranquila e que a vítima não lhe dava motivo para desconfiança. "Nosso convívio era bom. O ciúme é um sentimento de quando se ama alguém. Ela não me dava motivos de ter ciúmes. O ciúme é um sentimento que todo mundo tem. Mas meu ciúme não era de agredir, nunca agredi ela", disse. 

Questionado pela acusação se amava Anuxa, Pablo foi categórico : "Ainda hoje amo". 

Pediu perdão 

O acusado negou qualquer rixa com Vanessa Carvalho e tremeu a voz ao responder qual  sentimento que ele nutria pela vítima."Hoje o sentimento é de perda porque ela também era minha amiga. Conhecia os pais, quero, inclusive, pedir perdão para o seu Edson e para a dona Vânia porque eu não me exímio da culpa, é uma perda imensurável", disse.

Discussões 

Apesar de ter dito que o relacionamento era tranquilo, Pablo contou que "tinha o hábito" de ir à casa dos pais sempre que discutia com a ex-namorada. Depois do atropelamento, Pablo foi preso na casa dos pais, na zona Norte de Teresina. 

"Quando a gente discutia, eu tinha esse hábito de, quando eu sabia que ia dar algum problema, eu ia para a casa da minha mãe", contou o réu. 

Ele reafirmou em audiência que não recorda o momento do atropelamento, nem como conduziu o carro até em casa. Câmeras residenciais onde os pais de Pablo moram mostram que um homem, que se apresentou como policial, levou o acusado até em casa. O agente de segurança, que estaria à paisana, deve ser intimado. 

Tribunal do júri 

A audiência foi concluída com pedido do Ministério Público para a expedição das cartas precatórias em 30 dias. O processo deve passar ainda pelas alegações finais da defesa e da acusação para enfim ser decido pelo julgamento no Tribunal do Júri.

Izabella Pimentel e Valmir Macêdo
[email protected] 

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