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Ato simbólico em bloco gratuito pretende chamar atenção para a opressão às mulheres

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Foto: Divulgação


O coletivo Não é Não! Chega pela primeira vez no estado. O grupo formado por mulheres que discutem e combatem o assédio através da distribuição de tatuagens temporárias têm planejado outras ações. Neste sábado, dia 8, o coletivo organiza um ato simbólico que vai  acontecer no Bloco Bendita Geni, a partir das 18h na Praça Ocílio Lago, zona Leste da capital.

Há um mês as embaixadoras do coletivo no Piauí, as jornalistas Luana Sena e Camila Fortes, têm organizado as ações do coletivo - a campanha de financiamento coletivo arrecadou mais R$ 5.566 reais para produzir e distribuir tatuagens de graça à mulheres nas prévias de carnaval pela cidade.

“Fechamos parceria com alguns blocos, priorizando aqueles que nos ofereceram algum tipo de estrutura e condições para estarmos com segurança realizando esse trabalho corpo-a-corpo”, explicou Camila.

Para dar conta de levar a mensagem contra o assédio para mais pessoas, o grupo treinou mais de 20 voluntárias que se revezam entres os blocos na distribuição.
“Existe um parte off desse trabalho que é muito especial pra gente: é ver essa rede de trabalho e apoio feminino, que se forma e se ajuda pelo mesmo propósito”, disse Luana, responsável por trazer a ideia ao Piauí.

Para o sábado, dia 8, além da distribuição de tatuagens,  as mulheres do coletivo organizam um ato simbólico carinhosamente apelidado de “Bundaço!”. 

“A ideia surgiu através do depoimento de algumas meninas, que relataram nas nossas reuniões o quanto se sentiu intimidades ou oprimidas para sair na rua só de body”,
 explica a idealizadora, Luana Sena.
“Pensamos que, como integrantes de um coletivo que luta pela liberdade da mulher de circular com segurança e respeito nos espaços públicos, era mais do que nossa obrigação bolar esse ato-manifesto”, apontou.“No carnaval de Recife as meninas vão todas pra rua de maiô e tênis, aqui eu não teria coragem de usar”, disse Kamilla Vilanova, fisioterapeuta e uma das voluntárias do coletivo.

“Quando saio com um top mais cavado ou um short um pouco mais curto escuto comentários invasivos, então nunca tive coragem de sair sóde body”, relatou Isabella Castelo Branco, estudante de medicina e para quem o receio de sofrer assédio sempre venceu o desejo. Compreendendo o corpo como um instrumento político capaz de expressar o combate à opressão, para além das tatuagens, a proposta é encorajar umas as outras a se unir em um look poderoso: todas estarão trajando apenas maiôs.

Carnaval politizado contra o assédio

Esta é a primeira edição do Bloco Bendita Geni, que faz parte da programação do Fervo do Entrecultura - uma das ações do portal que se pretende produtor de atividades e manifestações culturais na cidade. Com a pegada feminista e politizada, o bloco elegeu 7 madrinhas que carregam as bandeiras levantadas pelo novo bloco - Luana Sena é uma delas, com o estandarte do Não é Não! A festa acontece de graça, na Praça Ocílio Lago (Praça do skate), a partir das 18 horas.

Em 2020, o Não é Não! vai distribuir 300 mil tatuagens em 15 estados brasileiros - as 13 campanhas de financiamentos no site da Benfeitoria, parceira do projeto, arrecadaram o total de R$104456,00, com 1874 colaboradores.

O Piauí, um dos estados estreantes este ano, ao lado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amapá, Espírito Santo e Paraíba, mobiliza uma rede de 25 mulheres e vai distribuir 6.500 tatuagens. 

Da Redação 
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