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Júri da morte do economista é retomado; ré já tem habeas corpus

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Foto: Yasmim Cunha/ Cidadeverde.com

 

Ampliada às 10h

O julgamento da acusada de matar o economista José Afonso Vieira dos Santos Júnior foi suspenso após 16 horas do início. O júri começou na manhã de ontem (02), foi suspenso por volta de 1h da madrugada desta terça-feira e deve ser retomado às 9h. A ré Cybelle Moura de Carvalho, ex-esposa da vítima, já foi ouvida, bem como testemunhas. Falta apenas o debate entre acusação e defesa.

A acusada é julgada pelo crime de homicídio qualificado. O economista foi  encontrado morto dentro de um apartamento no bairro Primavera, na zona Norte de Teresina. O caso ocorreu em 2006 e, inicialmente, foi tratado como suicídio, mas a mãe da vítima conseguiu juntar provas e, após investigações, constatou-se que houve um crime. O corpo do economista chegou a ser exumado e, de acordo com a perícia, foi encontrado veneno de rato no estômago da vítima. 

O julgamento acontece na 2ª Vara Criminal em Teresina, após ser adiado por sete vezes. 

Foto: arquivo pessoal

Habeas corpus

Uma decisão do Tribunal de Justiça do Piauí concedeu liminar em sede de habeas corpus determinando que a acusada não seja presa de forma imediata. O assistente de acusação, Gilberto Ferreira, critica a decisão e aponta o habeas corpus como "privilégio".

"A primeira pessoa do mundo, do Brasil, do Piauí, que vai ser julgada com essa garantia, sabendo que não vai ser presa. É um privilégio. É inédito. Não tem nenhuma justificativa", contou o advogado. 

Ele explica que, mesmo com quase 14 anos do caso, a acusada nunca chegou a ser presa. A mãe do economista Afonso Júnior também foi impedida de depor no Tribunal do Júri. 

"A mãe da vítima que era nossa testemunha não pode dar o depoimento dela. Veio a ordem do tribunal para que ela não participasse", reitera o assistente de acusação.

Depoimento da ré

Cybele Moura foi interrogada por volta das 23h dessa segunda-feira (02). O depoimento ddurou cerca de 1h. Ela voltou a negar envolvimento com a morte do ex-marido. 

Defesa aponta suicídio

O assistente de defesa Yuri Felix explica que o caso requer atenção para as evidências científicas. 

"As testemunhas do ponto de vista fático não têm muito a acrescentar. Ninguém viu ele se matando ou tirando a vida. São as provas técnicas. A defesa não vem a júri popular fazer nenhum tipo de espetacularização mas mostrar de uma forma técnica, de forma científica. Se nós olharmos para os estudos, as provas produzidas de forma séria e científica, todos apontam para o suicídio, o que lamentamos muito. Seja o que for o resultado desse júri, é uma derrota para a sociedade", apontou.

As testemunhas de acusação alegam que a acusada teria pressa em enterrar o corpo do ex-marido. A defesa rebate que a agilidade era defendida pela polícia.

"Essa pressa nunca existiu. O que foi colocado por profissionais do IML era acelerar os trabalhos tendo em vista o avançado estado de putrefação em que o corpo se encontrava", disse o assistente de defesa.

O julgamento deve ser concluído durante a tarde. 

 

Graciane Sousa e Valmir Macêdo
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