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Sem receita prevista, Atlético-MG se divide entre débito na Fifa e salários

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O Atlético-MG chega ao fim de abril de 2020 preocupado com as questões financeiras. Sem receitas previstas por causa da pandemia do novo coronavírus, o clube se divide entre o pagamento de débitos passados, sobretudo na Fifa, e compromissos futuros, como salários.

A diretoria tem que pagar 1,8 milhão de euros (R$ 10,39 milhões) à Udinese, da Itália, por causa de Maicosuel e mais 58 mil euros (R$ 334,7 mil) ao Caracas, da Venezuela, devido à compra de Rómulo Otero. Além disso, o clube ainda tenta manter a folha salarial em dia, o que inclui os pagamentos de departamento de futebol e custos com a sede administrativa.

Em que pese o número de compromissos assumidos, o clube não tem faturamento previsto para os próximos meses. Houve suspensão em contratos de patrocínio, como no caso da Multimarcas Consórcios. Há também a possibilidade de corte no pagamento feito pela TV Globo pelos direitos de transmissão. Sem bilheteria, outra importante fonte de receita, o clube recorre ao poder judiciário para tentar viabilizar o pagamento de contratos.

"Todos vocês e os torcedores sabem que a situação do clube, não só do Atlético, mas de todo o futebol brasileiro é extremamente preocupante. A receita grossa do bolo, todos sabemos. Quais são as fontes de receitas dos clubes de futebol? TV, venda de jogadores, porque quem está contratando jogador hoje? Os próprios clubes de Europa, Barcelona e Real Madrid, falando em redução de salários", explicou Sérgio Sette Câmara, presidente do clube.

"Você não tem bilheteria e nem sabe quando terá, porque acredito na volta sem torcedores. Você não tem sócio-torcedor, porque o torcedor não sai investindo em um negócio que não sabe quando vai acontecer. Os clubes de lazer também trazem dificuldades. Absolutamente, todas as receitas dos clubes e do Atlético secaram. Não tem muito segredo."

Por isso, o presidente do clube afirmou que tentará resgatar dinheiro que está bloqueado por imbróglios judiciais e ainda negociar outras despesas, como impostos.

"Estamos tentando buscar algum recurso que tenhamos em condição judicial. A gente quer mostrar o judiciário que o dinheiro ali em penhora pode ser usado como garantia ou seguro-fiança. Vamos usar para pagar salários. Outros compromissos de grande porte, a gente vai pedir um prazo, como todo mundo está fazendo. Estamos tendo suspensão de tributos, contratos de locação, tributos de modo geral. Só não tem uma coisa que prorroga, a cobrança da Fifa. Essa daí eles não abrem mão. É realmente preocupante do ponto de vista institucional, porque embora a dívida seja antiga, temos tentado demonstrar na Fifa que nós, nessa administração, estamos pagando cerca de R$ 60 milhões", acrescentou.

THIAGO FERNANDES
BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) 

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