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Golpe do falso motoboy cresce em Teresina com criminosos de São Paulo

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Foto: Divulgação

O golpe do falso motoboy de banco tem crescido em Teresina durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo o delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Internet (DRCI), criminosos têm vindo de estados como São Paulo para praticar golpes no Piauí e conseguem ter acesso, através da própria vítima, ao cartão de crédito e débito, além da senha. Neste domingo (28), um paulista foi preso na cidade de Altos, no interior do Piauí, com mais de dez máquinas de cartão que pretendia usá-las para resgatar o dinheiro das vítimas. 

O golpe começa por meio de uma ligação telefônica para uma vítima em potencial. 

“O bandido conta um historinha que o cartão da vítima foi usado em outros estados, que o cartão foi clonado e a pessoa precisa fazer o cancelamento dessas compras. Eles perguntam se a vítima está em outro estado e a vítima responde que não. Para comprovar, o bandido orienta, por telefone, que a vítima faça uma carta de próprio punho, com nome e CPF, cartão e senha, dizendo que na data do telefonema, a pessoa está em sua própria cidade, no endereço cadastrado no banco e pede que a pessoa assine. Aí orientam que a pessoa entregue essa carta lacrada ao gerente de segurança, que na verdade é o bandido, que vai passar no endereço da pessoa até o meio-dia, por exemplo. Assim, a pessoa cai  e entrega o cartão, explica Nery. 

Foto: Roberta Aline/ Cidadeverde.com

De posse do cartão e senha, os criminosos realizam saques, compras e utilizam em maquininhas dos próprios bandidos. 

“Eles próprios já andam com maquininhas de passar cartão de empresas criadas em nomes de laranjas. Aí pegam o cartão da vítima, passam no crédito ou débito e o dinheiro já cai na conta de algum associado dos bandidos”, reitera. 

O delegado explica que o golpe do falso motoboy de banco não se trata de um crime virtual, mas estelionato. Em abril deste ano, por exemplo, um jovem, natural de São Paulo, foi preso em Teresina suspeito de aplicar golpes que ultrapassam R$ 100 mil. Anchieta Nery explica que, nesse tipo de golpe, o banco não faz o ressarcimento do dinheiro levado pelos criminosos. 

Foto: divulgação Polícia Civil do Piauí

Suspeito preso em abril deste ano em Teresina

“As pessoas estão caindo e toda semana estão surgindo novas vítimas. Nesse golpe entra um agravante na relação de consumo entre o banco e a vítima, que é a responsabilidade exclusiva da vítima na fraude, pois a vítima- mediante um erro que não é do banco, que não aconteceu no banco, nem nos terminais do banco- entrega um cartão físico dela para um ladrão e a senha. Então, nesse caso em que a vítima entrega espontaneamente o cartão com senha a terceiros, o banco não faz o ressarcimento do prejuízo”, alerta o delegado. 

Anchieta Nery orienta que diante de ligações de supostas lojas ou instituições financeiras informando que o cartão foi clonado, a conduta para não cair em um golpe é se dirigir à agência bancária e conversar pessoalmente com o gerente. 

O delegado Matheus Zanatta, titular da Gerência de Polícia Especializada (GPE), alerta que vários piauienses já caíram no golpe e orienta que as vítimas acionem a Polícia Civil. 

"Diante dessa prisão que efetuamos ontem, esperamos que as vítimas procurem a Polícia Civil para realizar a denúncia do caso e identificarmos todos os crimes praticamos por ele", orienta Zanatta. 

ALERTAS IMPORTANTES

No caso de dificuldade para se locomover, peça auxílio para um familiar. JAMAIS entregue seu cartão a alguém, mesmo que você acredite que ele esteja cancelado (ou cortado);

Saiba que nem o banco, nem a polícia precisam de seu cartão para investigar;

Com a pandemia do coronavírus, os bandidos estão dizendo que os bancos, para evitar contaminação de idosos, pedem que seus funcionários busquem o cartão bancário em casa. Isso é MENTIRA! 

 

Graciane Sousa
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