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Uso excessivo de telas pode ocasionar problemas na visão de crianças e adolescentes

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Foto: Arquivo Pessoal

 
A pandemia do coronavírus fez com que aumentasse nosso tempo online. Em todo o país, aulas presenciais foram suspensas e a saída para crianças e adolescentes foi o uso da tecnologia para auxiliar na aprendizagem, seja por meio do computador ou celular. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) cerca de 70% a 90% da população mundial sofre com desconfortos visuais ao longo do dia, principalmente depois do uso prolongado de eletrônicos. Já entre as crianças, cerca de 20% em idade escolar apresentam problemas oculares. 
 
O oftalmopediatra Rubens Amorim, alerta que os pais devem ficar atentos aos primeiros sinais de desconforto. “Dor de cabeça, ressecamentos dos olhos e sensação de areia, dificuldade para ler, embaçamento da visão e coceira são alguns dos sinais. Esses sintomas não indicam uma doença específica, mas um cansaço visual resultado de uma exposição excessiva à tela”, afirma o especialista.

Crianças e adolescentes estão totalmente inseridos no mundo digital e muitas das suas atividades já eram executadas por meio de dispositivos eletrônicos, mesmo antes da pandemia. Porém, essa exposição a telas aumentou consideravelmente durante a quarentena. Estudos realizados pela American Academy of Ophthalmology, revelam que há o aumento dos casos de fadiga ocular e miopia entre crianças e adolescentes que utilizam muito computadores e celulares.

O especialista explica que apesar de na pré-adolescência e também antes da fase adulta esse excesso ser comum, algumas doenças podem ser ocasionadas. “Dentre as doenças que podem ser causadas estão a Síndrome da Visão do Computador (CVS), que traz a sensação de queimação nos olhos, dor de cabeça, visão embaçada e sensação de olhos secos. Além disso, pode ocasionar surgimento e agravamento de miopia”, destaca. 

Existem ainda casos relatados de crianças e adolescentes que desenvolveram estrabismo, após uso prolongado contínuo de eletrônicos. “Provavelmente associado a esse esforço demasiado em focar de perto, por um longo período. Algumas inclusive precisaram ser submetidas a cirurgia para correção desse desvio”, acrescenta.

O médico explica por que os sintomas são comuns nesse período de isolamento. “Isso é causado por que durante o uso dos equipamentos nossa visão é constantemente forçada a focar, desfocar e mover para frente e para trás, com o objetivo de destacar aquilo que queremos dar mais atenção”, frisa.

A recomendação do profissional são as visitas regulares ao oftalmologista. “O primeiro exame ocular, o Teste do Olhinho, deve ser feito nas primeiras semanas de vida, para indicar possíveis problemas congênitos. Após essa primeira avaliação, é recomendada uma reavaliação entre 6 meses e 1 ano de vida para exame oftalmológico completo, que visa, dentre outras coisas, detectar graus elevados, diferença de grau entre os dois olhos, lesões no fundo de olho, e outras alterações que possam comprometer o desenvolvimento visual da criança. Depois disso as visitas periódicas devem acontecer anualmente”, orienta o médico.

Outras orientações do profissional são dicas para reduzir o desconforto nesse período de isolamento. “No uso de aparelhos eletrônicos há uma redução significativa do número de piscadas por minuto. Por isso, piscar com mais frequência vai ajudar a manter a lubrificação dos olhos. A regra do 20-20-20 é outra dica. A cada 20 minutos de uso do equipamento, faça uma pausa de 20 segundos e olhe em um objeto que esteja a cerca de 20 pés, ou seis metros”, recomenda.

Os pais ainda devem incentivar as atividades ao ar livre mesmo em casa, como quintal ou terraço. “Elas devem acontecer diariamente por pelo menos 40 minutos. Impor limites na hora do uso eletrônicos também é fundamental. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, não é recomendado a exposição a telas, antes de dois anos de vida. Para crianças entre dois a cinco anos, limite de uma hora por dia. Entre 6 a 10 anos de vida, limite diário de duas horas. E adolescentes ente 11 e 18 anos, limite de 3 horas diárias”, pontua o especialista.

 

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