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Saxofonista volta a tocar após ter 75% dos pulmões comprometidos pela covid

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Depois que o Piauí registrou recorde de mortes pela covid-19 em fevereiro, um fio de esperança surge com a total reabilitação do saxofonista Douglas de Araújo Costa, 50 anos, que passou 12 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com o novo coronavírus. O fôlego, que o sustenta há 25 anos, faltou com a doença e precisou de ajuda para voltar a tocar seu precioso sax. 

Nesta quarta-feira(03), ele voltou ao Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) para agradecer os dois meses de atendimento que o ajudaram a recuperar e fortalecer seus pulmões, que ficaram 75% comprometidos com a doença.  

De Piripiri (a 180 km de Teresina), o músico foi internado com covid no dia 25 de dezembro em Teresina, ao deixar o hospital, saiu de cadeiras de rodas, porque o cansaço ainda tomava de conta do seu corpo e a tosse não parava.  Poucos dias depois soube da área de reabilitação para pacientes covid no Ceir e conseguiu a vaga. 

“Eu tive a indicação de procurar o Ceir que tinha uma área reservada a pacientes que recebem alta dos hospitais, onde tem fisioterapeutas, médicos, nutricionistas, assistente social, psicólogo que faz um acompanhamento do paciente. Eu passei por todos esses profissionais, porque eu não tinha condição nem de caminhar e nem de falar e achava que não teria a condições de desempenhar minha profissão de músico”, afirmou o artista, que tem um grupo musical e toca em eventos na região de Piripiri.

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução Facebook

Douglas disse que sabia que precisava tratar as sequelas, que senão ficariam para a vida inteira e ele não teria mais como utilizar o seu instrumento que também era sua fonte de renda. 

“O psicológico da gente fica muito abalado. Eu era um paciente grave. Graças a Deus não precisei ser intubado, mas eu sou obeso, sedentário... acho que Deus me deu uma nova chance. Fiz todo o esforço para não faltar às sessões de fisioterapia, mas não é fácil sair do interior para vir para Teresina. A sorte é que a gente tem onde ficar aqui”, destaca. 

O músico agradeceu o carinho e a atenção que recebeu durante os dois meses de reabilitação no Ceir. 

“Eu passei dois meses de reabilitação e que aconselho a quem puder. Quero agradecer a todos que tiveram esse carinho especial, não só comigo, mas com todos os pacientes que tratam aqui. Agradecer especialmente ao dr. Ângelo (fisioterapeuta), ao dr. Abel que tiveram uma aproximação maior comigo. O Ceir tem uma estrutura que em muitos hospitais particulares a gente não encontra, com o pneumologista, fisioterapeuta, psicólogo lhe acompanhando e principalmente a humanização dos profissionais, porque você sai muito emotivo e fragilizado porque acha que não vai voltar ao mercado de trabalho logo. Agradeço demais a esses profissionais e por isso fiz essa homenagem. Por gratidão”, disse Douglas. 

 Ele também deixa uma mensagem para que as pessoas não brinquem com essa doença. 

“Eu morria de medo de precisar ser internado de novo. Porque essa doença todo dia é uma novidade. Por isso não brinque. O crescimento da covid está grande. O país está com uma curva subindo. O jovem acha que não vai acontecer com ele, mas em casa tem o pai, a mãe, o vizinho, irmãos, não aglomere, não participe de festas clandestinas. E reforço, aquele que puder ficar em casa, fique!”, finaliza Douglas Araújo. 

foto: Ascom CEIR

 

Caroline Oliveira
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