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Fumantes infectados pela Covid-19 podem ter maiores danos na saúde

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Diante do contexto epidemiológico proveniente da pandemia do novo coronavírus, estudos apontam que o tabagismo pode ser um fator importante para complicações mais graves da infecção por Covid-19. O Brasil tem reduzido o número total de fumantes nos últimos 13 anos, porém segundo dados da pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, cerca de 9,8% dos brasileiros ainda têm o hábito de fumar. O percentual representa aproximadamente 22 milhões de pessoas. 

O tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo. Além disso, é um grande fator de risco para doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias e diabetes. Por esses motivos, os fumantes têm maior chance de infecções por vírus, bactérias e fungos. O pneumologista João Vicente Moreira explica a relação existente entre fumantes e o coronavírus. "Não há evidências que os fumantes tenham mais chances de contrair o vírus. Entretanto, esse grupo tem uma chance maior de desenvolver formas graves da doença, especialmente nos casos em que já houver doença respiratória (ou de outro sistema) em decorrência do cigarro", informa.

Os riscos do tabagismo também estão relacionados ao contágio, pois o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca.

O uso de produtos que envolvem compartilhamento de bocais para inalar a fumaça — como narguilé (cachimbo d´água) e dispositivos eletrônicos para fumar (cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco aquecido), — pode facilitar a transmissão do coronavírus. Há ainda o tabagismo passivo (não fumantes que convivem com fumantes na mesma casa ou em outros ambientes), que aumenta o risco de infecções respiratórias agudas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), o INCA e diversos órgãos da saúde tem promovido ações para encorajar as pessoas a pararem de fumar, para minimizar os riscos associados à pandemia de Covid-19, tanto para os fumantes quanto para as pessoas expostas ao fumo passivo.

"O ideal é cessar o uso dessa substância. Em caso dos sintomas persistirem, como falta de ar e/ou tosse, o médico deve ser consultado. Exercícios respiratórios são sempre bem-vindos, especialmente os aeróbicos. Em geral estes são os que mais beneficiam o sistema cardiorrespiratório", sugere o médico João Vicente Moreira.

 

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