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Homem que agrediu jornalista terá presença banida de jogos estaduais

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Na tarde da última quarta-feira (5) no jogo entre Altos x Fluminense terminou em briga generalizada e na agressão física a uma repórter. Emanuele Madeira, jornalista esportiva e funcionária da equipe do globoesporte.com teve seu celular tomado por um dos membros do staff da equipe do Altos que exigia que a repórter parasse de filmar e também apagasse as imagens que havia feito no aparelho telefone. A jornalista filmava e fotografava a briga que começou após bate boca entre o técnico do Fluminense, Wallace Lemos e o presidente do Altos, Warton Lacerda. A situação ficou completamente fora de controle e terminou na agressão a jornalista por um homem uniformizado com roupas do clube conhecido como Joãozinho. 

No decorrer da situação, não satisfeito com as ameaças verbais ele toma o celular das mãos da repórter e quando Emanuele tenta recuperar o aparelho ele a segura e chega a colocar a mão no seu pescoço como forma de impedi-la. Após sair do estádio municipal Felipe Raulino, a repórter e toda a equipe foram até a delegacia da cidade fazer um boletim de ocorrência. 

Na manhã de hoje (6) o delegado da partida Coronel Jaime teve reunião com FFP sobre o assunto e a primeira certeza é que o homem envolvido não poderá mais ter acesso a jogos do Campeonato Piauiense.

“Esse cidadão está sempre constando na staff do Altos. Inclusive teve um incidente quando estava como delegado na cidade de Picos. Quando ele de maneira inconveniente na tribuna de honra começou a dirigir palavras contra membros secretários da prefeitura municipal de Picos e naquela ocasião eu pedi para o coronel colocar aquele cidadão por conduta inconveniente para fora do estádio. Eu irei solicitar junto à Federação o pessoal que faz credenciamento para não credenciar mais esse cidadão para jogos do Campeonato Piauiense”, disse Coronel Jaime. 

Além disso, é certo que o Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí poderá julgar o caso se achar que tem provas e competência para isso. “O documento vai para federação, o presidente Brown encaminha para o TJD e o tribunal vai julgar os incidentes acontecidos se o Altos deu causa ou não e aplicar as penalidades cabíveis se for o caso”, acrescentou o delegado da partida Coronel Jaime. 
 
Através de nota ambos os clubes se posicionaram sobre ocorrido.

“Associação Atlética de Altos, vem respeitosamente diante dos seus torcedores e toda a sociedade piauiense, combater toda forma de violência, especialmente a ocorrida ontem contra uma mulher no exercício de suas funções laborais, após o jogo na cidade de Altos. Em um país onde uma mulher é agredida a cada dois minutos é de extrema importância nos contrapormos a essa estatística. Estamos dispostos a somar esforços para destruir a cultura machista e misógina presente em nossa sociedade. Na oportunidade a Associação Atlética de Altos se solidariza e apresenta suas sinceras desculpas a profissional agredida e se compromete a abrir uma investigação e solucionar o caso”, diz a nota oficial divulgada em redes sociais.   

A diretoria do clube não informou na nota, mas através dos diretores confirmou o desligamento do funcionário do clube. O João Nunes não faz mais parte da comissão técnica do Altos. 

O Fluminense também se posicionou a respeito do fato: 

O Fluminense Esporte Clube vem lamentar o episódio que aconteceu no Estádio Felipão, após a partida contra o Altos, nessa quarta (05). Explicamos que tudo começou quando o técnico Wallace Lemos se PREPARAVA para INICIAR a entrevista junto à imprensa, quando acabou surpreendido pelo presidente do Altos, deputado Estadual Warton Lacerda, que se dirigiu de forma agressiva a área de coletiva do clube.

O próprio treinador pediu desculpas aos jornalistas presentes pelas cenas que acabaram se desenrolando entre as duas equipes e infelizmente, tiraram o foco da partida realizada.

Reforçamos que o papel do Fluminense Esporte Clube é mostrar dentro de campo a dedicação, esforço e comprometimento do elenco e de todos os funcionários que se entregam para que o clube alcance seus objetivos, ajudando a construir o futebol Piauiense.

Também deixamos nossa solidariedade a jornalista do Globo esporte, Emanuele Madeira, que há anos tem contribuído com o jornalismo esportivo do Piauí.  Repudiamos toda e qualquer intimidação e agressão aos profissionais que trabalham todos os dias para dar visibilidade ao esporte local!

A Federação também se manifestou sobre o caso: 

A diretoria do clube não informou na nota, mas através dos diretores confirmou o desligamento do funcionário do clube. O João Nunes não faz mais parte da comissão técnica do Altos. 

A FFP informa que identificou a pessoa que usava o uniforme da Associação Atlética de Altos e agrediu a repórter Emanuelle Madeira, do Globo Esporte (GE.com), da TV Rádio Clube, afiliada da Rede Globo no Piauí, enquanto a profissional exercia o seu trabalho: João Paulo dos Anjos Abreu, mais conhecido como Joãozinho. A FFP esclarece que João Paulo foi autorizado a entrar no estádio por estar relacionado no staff do clube, exercendo a função de auxiliar de Centro de Pesquisa e Análise (CPA).

A FFP informa que, após apuração do caso, baixou uma resolução suspendendo permanentemente a entrada de João Paulo dos Anjos Abreu nas praças esportivas em dias de quaisquer jogos promovidos pela entidade e pela CBF, mesmo que o seu nome apareça relacionado na pré-escala do clube. A FFP esclarece que a proibição irá perdurar enquanto houver restrições de acesso de torcedores aos estádios, em virtude da pandemia.

A mentora comunica, ainda que já encaminhou ao Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI) o relatório do delegado da partida, bem como a súmula do jogo, ficando a cargo do órgão analise dos fatos, bem como as medidas e possíveis sanções a serem adotadas.

A FFP repudia com veemência a atitude de João Paulo e manifesta sua solidariedade à jornalista Emanuelle Madeira, que tem exercido a profissão com o estrito senso profissional que caracteriza a prática saudável do jornalismo. Rechaçamos todo e qualquer tipo de violência contra as mulheres e não compartilhamos do pensamento de pessoas que ainda não compreenderam que lugar de mulher é onde ela quiser.

 

Pâmella Maranhão
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