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Aulas presenciais na Ufpi devem ser retomadas em março de 2022

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Foto: arquivo Cidadeverde.com

As aulas presenciais na Universidade Federal do Piauí (Ufpi) só devem ser retomadas em março de 2022. Em entrevista ao Jornal do Piauí, Ricardo Alaggio, diretor de Gestão de Recursos da Pró-Reitoria de Planejamento, pontou que não há diretriz do Ministério da Educação para o retorno este ano e elencou também projetos que visam com que a instituição de ensino tenha recursos próprios, uma medida para tentar contornar as sucessivas quedas nos repasses federais. 

"Agora, não há diretriz do Ministério nessa direção, nem tampouco disposição do próprio sindicato. Acredito que não volta esse ano", disse o diretor Gestão de Recursos da Pró-Reitoria de Planejamento da Ufpi. 

Durante o primeiro semestre, a Ufpi ofertou aulas no ensino remoto, com apenas algumas excessões, principalmente, para cursos da área de Saúde. O modelo adotado deve ser mantido no segundo semestre com pequenas alterações que levam em consideração as medidas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus. 

QUEDA DE REPASSES

Com a diminuição de recursos para investimentos, a Ufpi negocia com a União a cessão de terreno às margens da Avenida Ulisses Marques, na zona Leste de Teresina. A ideia é alugar a área e usar a renda para investir a instituição de ensino. Para se ter uma ideia, de 2015 para 2021, os recursos federais para a investimentos na Ufpi saíram de R$ 50 milhões para R$ 3 milhões.

"A ideia é que possamos alugar parte do terreno e bem no meio vamos inserir o nosso parque tecnológico que será voltado para a pesquisa de ponta e para startups piauienses. Não estamos inventando a roda. A UNB tem 1.500 imóveis que dá uma renda por ano de R$ 50 milhões, é mais da metade do custeio da Ufpi. A UFRJ tem prédio alugado para Petrobras que dá mais de R$ 20 milhões por ano. As outras universidades federais estão fazendo isso e temos que buscar recursos próprios, temos também que desenvolver pesquisa que traga recurso, desenvolvimento tecnológico para o Piauí", destaca Alaggio. 

Os recursos destinados para investimentos são voltados para ampliação da Ufpi, seja com aquisição de máquinas, melhorias nas instalações, estrutura para pesquisa e extensão, entre outros. 

"Essa perda afetou duplamente. De 2015 para cá, o custeio, ou seja, o pagamento do cotidiano da universidade caiu em 50%. A maior queda foi do ano passado para cá quando tivemos uma queda de 18%, um golpe muito forte nas nossas finanças. As coisas pioraram a partir de 2017 com o  problema do teto dos gastos que, praticamente, engessou os ministérios. A Educação tem um problema porque os salários aumentam, pela própria lei das promoções, e o que o Governo tem feito é diminuir o custeio e o investimento", explica o diretor. 

Com as perdas acumuladas, Ricardo Alaggio explica que foi necessário a redução em despesas como luz, água, vigilância, limpeza, entre outras, que não estavam sendo tão demandadas devido à pandemia da Covid-19, para não interromper os serviços prestados. 

Graciane Sousa
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