O deputado estadual Fábio Novo usou nesta quinta-feira (2) a tribuna da Assembléia Legislativa do Piauí para reclamar do bloqueio de R$ 6,5 milhões, efetuado pela Justiça, nas contas do Estado, referente ao pagamento de precatórios destinados à Construtora Jole. Mais: Fábio quer que a Polícia Federal faça uma perícia contábil para apurar se a quantia que consta em tais precatórios é legal e justa.
Segundo o deputado petista, o que espanta em tal relação é o fato de o Estado do Piauí já ter pagado, até agora, cerca de R$ 20 milhões à Construtora Jole para obras que deveriam ter sido executadas no litoral, mas que, segundo o parlamentar, não foram erguidas.
“Com o dinheiro agora arrancado do Estado era para ter sido erguido um matadouro em Parnaíba, um complexo turístico na praia de Pedra do Sal e um hotel na orla de Atalaia. Nada disso existe lá. Até o hotel só foi concluído graças à intervenção de recursos de órgãos como a APPM, a OAB, a Fiepi, que ergueram suas pousadas no local”, explica o parlamentar.
Ainda de acordo com Fábio, somente no governo Wellington Dias foram repassados R$ 11,4 milhões à construtora Jole, sendo R$ 5 milhões em 2006, R$ 2 milhões em 2008 e, agora, R$ 4,4 milhões. Somando-se com o que foi repassado no governo Mão Santa, totaliza-se R$ 20 milhões já pagos à construtora”, assevera o deputado.
Para Novo, antes de ser um imbróglio jurídico, o seqüestro do dinheiro das contas do Estado é uma questão social. “É permitido tirar dinheiro que seria usado no pagamento de salários, na cultura ou em investimentos do Prodetur, por exemplo, para pagar essa dívida? Até onde sei, isso não é legal”, afirma o parlamentar, que promete convencer os companheiros parlamentares a passar a limpo toda essa dívida do Estado, que se arrasta há vários anos.
